O movimento artístico intitulado Frontispício realiza uma exposição em comemoração aos 450 anos de Mogi das Cruzes. A mostra intitulada "Pedro Fernandes: do Primitivismo ao Contemporâneo", que conta com trabalho de diversos artistas da Cidade, está montada na sede da Corporação Musical Santa Cecília, na área central. Os trabalhos poderão ser conferidos até o próximo dia 2, de segunda a sexta-feira, das 9 às 17 horas. A entrada é franca.
Na exposição que leva o nome do primeiro presidente da Banda Santa Cecília, o público terá a oportunidade de apreciar lugares, pessoas e festas típicas da Cidade. Enzo Ferrara, um dos participantes selecionou telas naif – estilo primitivista – onde retrata a Mogi antiga. "É a curta história de Mogi. Tem o cemitério que ficava atrás da Igreja São Benedito (Santuário do Bom Jesus de Matosinho), a região de Taiaçupeba, entre outras coisas", conta ele.
Marineis Dias e Nerival Rodrigues, também representantes da arte naif, levaram ao espaço, obras que revelam diversas paisagens de Mogi. Zetti, adepto do espatulado traz aos mogianos a área em que surgiram os primeiros empreendimentos comerciais. João Ruiz, Aretusa Brandão e Martins também participam do evento, com telas no estilo acadêmico. Além deles, os artistas Nico Pereira e Noberto Duque contribuem com a mostra.
Na última sexta-feira, durante a abertura da mostra direcionada apenas aos convidados, a Banda Santa Cecília também realizou uma apresentação. Enzo destaca que o local foi escolhido pela sua história e contribuição para a Cidade. O maestro da banda, Manassés Maximiano dos Santos, também faz parte do Forntispício.
De acordo com Enzo, esta é apenas uma das atividades do grupo programadas para comemorar o aniversário de Mogi. No dia 4 de setembro, eles inauguram uma nova exposição no Centro de Educação e Cultura Francisco Carlos Moriconi, em Suzano. A princípio pode parecer estranho celebrar a data em outro município, mas o artista explica o por que. "Suzano já foi parte de Mogi. A produção daqui é muito grande e de qualidade. Já Suzano tem os melhores espaços para exposição", argumenta ele.
O grupo
Há mais de um ano, por iniciativa de alguns artistas plásticos, como Enzo e Nerival, surgiu o movimento Frontispício. A proposta é de unir a classe para que juntos possam superar problemas que afetam a classe, como a falta de espaços para exposição na Cidade. "É parar de falar e começar a fazer alguma coisa", aponta Enzo.
Além de juntar um grupo com os mesmos interesses, o Fontispício tem a intenção de democratizar a arte, levá-la para espaços onde qualquer pessoa tenha acesso. Assim nasceu a ideia de expor no Beco do Sapo, travessa que liga as ruas Senador Dantas e Coronel Cardoso de Siqueira. Ali, os artistas mostram o seu trabalho e alguns deles confeccionam suas telas ao vivo. "Também trouxemos de volta a coisa de expor em cavaletes que estava meio fora de moda", acrescenta Enzo. No próximo dia 7, eles voltam ao local para realizar mais uma edição do evento. Se chover, o evento será adiado.
Neste ano, artistas de outros segmentos entraram para o grupo. Agora eles contam também com músicos e, em breve, terão atores. A sede da Corporação Santa Cecília, onde é realizada a exposição em homenagem à Cidade, fica na Rua Doutor Correa, 522, Largo do Carmo.