FRONTISPÍCIO DAS ARTES

A arte começa onde a imitação acaba. Oscar Wilde

terça-feira, 16 de julho de 2013

D'Ollynda, um artista da nova geração da arte Naïf brasileira

Imagem: D'Ollynda e Enzo Ferrara na Praça Benedito Calixto
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De menino pobre à artista plástico, o sonho mais uma vez supera a realidade e (re)nasce D’Ollynda, ou melhor, Jorge Luiz Gomes da Silva. Órfão de pai e mãe, ele trabalhou até os 14 anos como descarregador de caminhão em Pernambuco e depois na Bahia. Foi lá que descobriu seu talento de artista plástico: uma dançarina de Angola foi a musa inspiradora e quem lhe deu a primeira chance foi Mestre Palito, escultor e conhecedor da cultura afro. O resto do caminho foi com ele. D’Ollynda chegou em São Paulo em 1998, diretamente na Vila Madalena. As noites black do bar Brancaleone e os muros da Vila e do morro do Querosene foram cenários para suas produções artísticas.

Para celebrar seus anos de trajetória artística na cidade, D’Ollynda realiza a exposição Naïf ‘Transição’, onde retrata as tonalidades e os costumes do povo brasileiro, sua cultura e fé. A exposição se realiza na Biblioteca ‘Alceu Amoroso Lima’ - Pinheiros. Nas 08 telas, num misto de técnicas, cuja base é a pintura no estilo Naïf, o grafismo, a colagem e o pontilhismo.  Com cores vibrantes, expressa o seu sonho para um novo padrão social.

“D’Ollynda é um artista ora interessado na cultura de raízes negras, ora interessado no ‘frenesi’ urbano, apresentando uma paisagem onde ele inclui cores, ritmos, luz e movimento”, avalia Emanoel Araújo, diretor e curador do Museu AfroBrasil.

D’Ollynda Já teve mostra e exposição em vários países, como França, Argentina, Itália, etc. Em São Paulo, D’Ollynda participou do projeto Almas Paulistas 2, uma coletiva de artistas plástica sobre a cidade, organizada pela Anima Cultural. A mostra foi publicada pela Abooks Editora em 2002. Quando foram lançados os cartões da Telefônica, em 2000, três trabalhos de D’ Ollynda foram selecionados e distribuídos três milhões de cada.  Participou da Bienal de Arte Afro Americana, no Recôncavo baiano - Cachoeira de São Felix/BA, do Salão de Arte Contemporânea de Paraty – RJ,  Em 2007 realiza a exposição naïf ‘ Brasil de todas as cores’ na Galeria Território Brasil. Em 2009 na Galeria Spaço-Art, apresenta sua nova incursão ao pontilhismo com a exposição ‘Jorge Gomes da Silva’. É idealizador e coordenador do projeto ‘Muros do Querô’ Exposição a céu aberto nos muros das casas da comunidade. Suas telas foram apresentadas em 2010 na Bienal Naïf de Piracicaba, fazem parte do Galeria de Naïf de Jacque Ardies e inaugura o primeiro atelier aberto de são Paulo, no morro do Querosene onde mora. Um momento do artista: 

A exposição já acabou, mas quem quiser conhecer a biblioteca:

Serviço: Esposição Naïf “Transição” pelo artista plástico D’Ollynda
De 15 a 30 de junho de 2013. Abertura às 19h30, do dia 15 de junho, sábado.
2ª a 6ª feira, das 10h às 19h. Aos sábado, das 9h às 16h. – Entrada Franca
Biblioteca Pública Alceu Amoroso Lima
Av. Henrique Schaumann, 777 (Esq. Rua Cardeal Arcoverde) - Pinheiros – SP – Tel. 3082 5023.
Imprensa: Edson Lima – 3739 0208 / 95030 5577 – oanp@uol.com.br
Produção Executiva: Vani Fátima – Tel. 99852 3403 – vani.fas@gmail.com
Apoio Cultural: O Autor na Praça

Depoimentos sobre o artista:

Emanoel Araújo, diretor e curador do Museu Afrobrasil:
"D'Ollynda é um artista em busca do seu caminho expressivo. Na sua trajetória, sente-se um artista ora interessado na cultura de raízes negras, ora interessado num certo frenesi urbano, onde ele mescla gente e arquitetura, bem ao modelo trepidante de uma paisagem onde ele inclui nessa atmosfera cores, ritmos, luz e movimento."

 “A revanche elegante de D’Ollynda” por Paulo Klein, crítico de arte:
Num país de tantas injustiças, de crimes absurdos contra a Natureza e de banalização da vida humana, o artista pernabucobaiapaulistano Jorge Luiz Gomes da Silva - o D’Ollynda - nos oferece, com sua arte, a oportunidade de refletirmos sobre os fatos e  buscarmos dias melhores para todos nós.  “Brasil Viva Cores”, a exposição que ele apresenta neste ano de 2007, na Galeria Território Brasil, tem sabor de revanche, tem o ritmo dos melhores batuques e as cores dos melhores pintores tropicais. Não é sem motivo, que D’Ollynda admira Jean-Michael Basquiát, apesar de ter como referência outros artistas que conheceu, pessoalmente ou através da obra, como Carybé, José Antonio da Silva, Heitor dos Prazeres, por incrível que pareça Brueguel e Roberto Oswaldo Griot, um dos artistas históricos do Pelourinho, local onde o D’Ollynda se salvou através da arte, pelas mãos do inspirado e generoso escultor Afro-brasileiro Palito Bahia. Tem razão o artista e curador Emanoel Araújo, quando diz que D’Ollynda tem interesse por suas raízes negras e pelo frenesi urbano. Não é difícil perceber que estas possibilidades são quase que autônomas em sua obra. Referências aos povos africanos destacam-se nas pinturas do primeiro grupo, nos movimentos da capoeira e outras danças, culto ao corpo, as máscaras e adereços, a pulsação que reverencia Oxossi e outros deuses negros. No segundo grupo atua o olhar sobre as paisagens e cenas que mesclam as cidades em que viveu e outras que imaginou - Olinda, Salvador, Ouro Preto, Paraty, São Tomé das Letras, São Paulo (Bexiga, Vila Madalena, Vila Indiana, Morro do Querosene) misturam-se em suas criações, sempre transbordantes de cores e alegria, vistas gerais em que o cenário é invadido pela Mata Atlântica e se abre, efusivo, para abraçar os cidadãos de todos os tipos, de todos os ritmos, de todas as cores. Ponto alto é sua visão da Gotham Sampa, onde os outdoors publicitários dão lugar a obras públicas de arte. É a grande festa popular, onírica, que transborda dos quadros de D’Ollynda, detalhes do cotidiano das grandes cidades, as cores vivas explodindo ao sol, a alegria de ser, ver e viver que se repetem em Olinda, Salvador, São Paulo, Paraty e outros pontos mágicos do planeta, que o artista registra com paciência e sabedoria. Paulo KLEIN - Crítico de Arte / Associação Internacional de Críticos de Arte – Paris / Associação Brasileira de Críticos de Arte – São Paulo

A trajetória do Artista D’Ollynda por Rolf Weyel - D'ollynda faz da gente brasileira um povo que brilha. Ele traz da sua memória e dos seus sonhos genuínos uma visão de vida feliz, tropical e paradisíaca, uma proposta de convivencia lúdica, fraterna e igualitária. Com a arquitetura do Pelourinho, com a mística do candomblé, com o som do berimbau desenrola-se a vida cotidiana do povo brasileiro nas praças e praias de anônimas cidadezinhas. O Brasil resplandece na sua luz acolhedora às margens do mar e das cachoeiras, das matas e dos campos preparadas, num dia de domingo, a dança, a capoeira, a estética, a graça. A natureza é abundante, as palmeiras são nobres e é alegre e harmonioso o movimento do povo. Num misto de técnicas, cuja base é a pintura no estilo Naif, o artista traz também colagens de materiais de origens diferentes. Com cores vibrantes D’Ollynda expressa o seu sonho para um novo padrão social, também, de como foram bons os velhos tempos!