FRONTISPÍCIO DAS ARTES

A arte começa onde a imitação acaba. Oscar Wilde

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Beco do Sapo - 1 ano de revitalização


19.set.2009
imagem: ( Da esquerda para a Direita) Zeti, Felipe Saraiva, Elizeti, Alaide Reis, Maguinho, Enzo Ferrara.


RedaçãoBeco do Sapo tem encontro artístico

Foto: Jonny Ueda


ESPAÇO Após revitalização, o Beco do Sapo passou a receber diversos eventos artísticos, alguns deles organizados pelo grupo Frontispício
Há exatamente um ano, os mogianos puderam conferir a revitalização de uma importante viela da Cidade. Popularmente chamada de Beco do Sapo, a Travessa Coronel João de Souza Machado – entre a Rua Senador Dantas e o Largo Francisco Ribeiro Nogueira (antigo 1º de Setembro) – ganhou pintura nova, iluminação e voltou a ser um trajeto agradável para os pedestres. Hoje, a fim de celebrar a data e, principalmente, incentivar a preservação do espaço, o grupo Frontispício de Artes Plásticas organizará um evento especial.
A partir das 9 horas, o público terá a chance de apreciar as telas de João Ruiz, Zeti, Marco Aurélio, Enzo Ferrara, Marineis Dias, Nerival Rodrigues e Sirley Lacerda - todos eles fazem parte do Frontispício. Ainda foram convidados para expor Adelaide Lawitschka Swettler, Alaíde Reis, o escultor Maguinho e o fotógrafo Sandro Souza de Oliveira. Eliseti Costa Nunes, o Grupo Zapt de teatro e o ator Felipe Saraiva também estarão presentes no local.
Segundo Enzo Ferrara, a ligação do espaço com a arte vem desde o século passado. "O chão era de pedras portuguesas coloridas, o que chamava muita atenção de artistas", explica ele. E a viela realmente serviu de inspiração a vários nomes conhecidos de Mogi como Olga Nóbrega, por exemplo, que escolheu a via como uma das imagens dos cartões postais que produziu.
Porém, mais do que retratar, o grupo Frontispício se preocupa em ocupar o endereço com arte, de forma democrática. O termo utilizado por eles é manutenção cultural. É por isso que, além das obras de artes plásticas, no dia de hoje serão levados ao Beco do Sapo, uma performance de teatro. "Como 19 de setembro (ontem) é o Dia do Teatro, contaremos com o Grupo Zapt, que levará ao espaço o teatro de bonecos". Em um empreendimento comercial próximo ao local do evento, também será exibido o curta-metragem "O Poder e a Fé", com duração de 20 minutos.
Desde fevereiro último, com certa frequência, o Grupo Frontispício tem utilizado o local para a realização de iniciativas culturais. Procurar endereços populares, onde qualquer pessoa possa ter acesso à arte, é um dos principais objetivos de João Ruiz, Zeti, Marco Aurélio, Enzo Ferrara, Marineis Dias, Nerival Rodrigues e Sirley Lacerda, que se uniram neste ano para a promoção de exposições entre outras atividades.
História
O chão de pedras de tamanhos irregulares em tom avermelhado, por onde as pessoas passavam a pé, em carroças e charretes, era praticamente trajeto obrigatório para comerciantes que vendiam produtos no antigo Mercado Municipal. Entre 1920 e 1960, o chamado Beco do Sapo servia de ligação entre o Centro antigo - Rua Doutor Deodato Wertheimer, a Igreja Matriz de Santana, as centenárias igrejas das Ordens Primeira e Terceira do Carmo - e o antigo Largo 1º de Setembro, onde havia uma feira livre. O Beco ainda era passagem para a antiga biquinha do São João, fonte de água natural usada por donas de casas para a lavagem de roupas e atalho para o Mercado Municipal.
Após 1970, as pedras diferenciadas foram substituídas por paralelepípedos comuns. Houve uma época em que a degradação era tanta que o apelido de Beco do Sapo, devido à grande quantidade do anfíbio presente nas imediações, foi trocado por um outro, bastante pejorativo. O tradicional Beco era então chamado de Beco da Merda.

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