16.set.2009
Redação:Nerival Rodrigues é ‘Cidadão Mogiano’
Foto: Jonny Ueda TALENTO
Artista plástico, Nerival Rodrigues encontrou em Mogi das Cruzes a fonte de inspiração para muitas de suas obras.
MARIANA NEPOMUCENO
Mogi das Cruzes tem sido fonte rica de inspiração ao longo dos últimos 27 anos para o artista plástico pernambucano Nerival Rodrigues. O traçado primitivista e as cores vibrantes estão presentes nas telas que retratam, principalmente, o folclore, as construções e passagens históricas da Cidade. Por conta desta dedicação a Mogi, amanhã ele recebe o título honorífico de "Cidadão Mogiano", na Câmara Municipal, às 20 horas.
Veterano nas artes plásticas e no fomento à cultura da Cidade, Nerival acredita que o título é um reconhecimento às suas ideias. "O artista morre, mas sua obra ficará viva para sempre", avalia, emocionado. E por pensar desta forma, ele mantém em paralelo à sua produção um trabalho voluntário. Desde de 1993, sempre que requisitado, ilustra as paredes de escolas e doa telas a entidades filantrópicas. "O artista deve ter este compromisso de filantropia. Tem um grande papel na sociedade", aponta.
E foi por pensar desta maneira que ele investiu parte da renda acumulada durante anos de carreira na realização da primeira Bienal do Alto Tietê em 2001, na cidade de Suzano. "Nas décadas de 60 e 70 tivemos a Associação Mogiana de Belas Artes (AMBA). Depois disso estagnou, cada artista cuidou do seu. Precisávamos de um movimento forte novamente", observa ele.
Além da preocupação em unir os artistas, Nerival Rodrigues também procura apoiar novos talentos. Enzo Ferrara é um de seus mais novos pupilos. "Temos o mesmo espírito. Já até pintamos uma tela juntos (a obra está em Santo André). Nunca tinha feito isso antes". O mestre ainda destaca outros nomes como Marineis Dias e Zetti.
"Temos que dar espaço a este pessoal. É claro que ninguém substitui ninguém. Wilma Ramos, por exemplo, é uma perda inestimável. Um dos maiores nomes da arte mogiana". Apesar desta dedicação aos novatos, o artista plástico, em raras vezes, foi professor. "Não tinha tempo suficiente. Mas sempre me comuniquei com alunos de artes plásticas", comenta.
Quando o assunto é o mercado das artes, o pintor acredita que existem dois caminhos possíveis: um que é totalmente comercial e outro aliado ao social. O primeiro está associado ao pop arte, a linguagem mais acadêmica e o abstrato. O segundo as obras que trazem um conteúdo de contexto histórico-social. "Optei pelo caminho mais histórico e consegui sobreviver da arte, mas as minhas telas são bem acessíveis", garante ele.
Passado
Quando busca na memória toda a sua trajetória, o artista plástico, natural de Garanhuns, Pernambuco, não esquece dos importantes incentivadores importantes de sua carreira. Para ele a gratidão é um gesto necessário. Entre estas pessoas, Nerival Rodrigues destaca Lígia e Luiz Carlos Madureira, Valdir Melo – secretário administrativo de Jundiapeba, a família Feffer, entre outros. "O grupo O Diário também foi muito importante. Seu Tote (Tirreno Da San Biagio, diretor responsável de O Diário) sempre me deu espaço e para outros artistas também. Foi no saguão do jornal que fiz minha primeira exposição individual", recorda-se.
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