FRONTISPÍCIO DAS ARTES

A arte começa onde a imitação acaba. Oscar Wilde

sábado, 29 de dezembro de 2012

Primitivismo em alta


O 5º Salão de Artes Plásticas de Rio Preto foi aberto, com o anúncio dos nomes das obras premiadas. Integram esta edição 151 trabalhos de 85 artistas de cinco Estados (São Paulo, Minas, Paraná, Rio de Janeiro e Espírito Santo), nas categorias contemporânea, acadêmica e naïf. Pelo terceiro ano seguido, as obras estão expostas na Pinacoteca, localizada no Centro Cultural.

Dois artistas de Jaboticabal e uma de Uberlândia levaram os prêmios mais importantes. Alex Benedito dos Santos, de Jaboticabal, ficou com a primeira colocação em arte naïf, com a obra “A Energia dos Seres Vivos”. O outro artista jaboticabense vencedor foi Paulo Antônio Tosta, primeiro lugar na categoria acadêmica, com “Cozinha Mineira”. Alessandra Cunha, de Uberlândia (MG), conquistou a primeira colocação na categoria contemporânea, com a obra “Paisagens Internas 11”.

Os três receberam o prêmio de aquisição (cachê de R$ 3,2 mil) e suas obras serão adquiridas para os acervos da Pinacoteca Municipal e do Museu de Arte Naïf (MAN). Também houve premiação com medalhas de ouro, prata e bronze para as três demais obras escolhidas em cada categoria pela comissão julgadora (formada por Cássia Calvo do Nascimento e Marcos Sestini), e 33 menções honrosas, totalizando 45 obras premiadas.

Apontado pelo curador do salão, Carlos Bachi, como um dos destaques desta edição, o jaboticabense Paulo Tosta também levou a medalha de ouro na categoria acadêmica com sua outra obra inscrita: “Mamãe e suas Rosas”.



Guilherme Baffi
Obras que obtiveram prêmio de aquisição nas modalidades contemporâneo, naïf e acadêmico
Presença local 

Do total de obras premiadas, 20 são de artistas de Rio Preto, que confirmam a vocação local para a arte naïf, levando as três medalhas nessa categoria. Orlando Fuzinelli ficou com a de ouro pela obra “Apocalipse”. Olinda Cândido da Silva a de prata com “Casa da Cultura” e a de bronze com Tereza Bilia de Moraes, por “Sobrevivência”. Outra artista rio-pretense, Laura de Paula, ganhou medalha de bronze em arte contemporânea, com “Deu Zebra”. Os outros 16 prêmios de rio-pretenses foram de menções honrosas.

Segundo Bachi, a seleção focou a criatividade dos artistas inscritos. “O nível de qualidade das obras inscritas está ótimo este ano, mas, por termos um espaço reduzido, algumas precisaram ficar de fora, o que foi uma pena.” A edição recebeu 92 inscrições, de artistas de sete estados, num total de 232 obras.

O número de trabalhos selecionados foi menor que em anos anteriores. Em 2011, foram 177, e em 2010, 211. “Optamos por reduzir o número para dar melhor visibilidade às obras.” Das 151 selecionadas, 70 são na categoria contemporânea, 45 naïf e 36 acadêmicas. Na contemporânea, há 43 telas, oito esculturas, seis desenhos, seis gravuras, cinco objetos e duas instalações. Essa categoria tem como característica a diversidade.

Segundo Bachi, é forte a presença de texturas e cores, e o público poderá interagir com algumas obras. A arte acadêmica tem 34 telas e duas esculturas, e o curador destaca artistas de Rio Preto e região, como Ary Sales, Adélia de Jesus Gomes e Adoil José da Costa. Em naïf, são telas, e os temas estão mais voltados à área urbana do que a rural. Benedito dos Santos se destaca pelo uso de materiais diferentes, que aproximam sua arte do contemporâneo. Na obra premiada, por exemplo, ele pintou sobre um colchonete e um travesseiro. .