A princípio, Glauco e Nerival escolheram 17 temas sobre a Cidade. O artista plástico reproduzirá todos eles em telas de medidas variadas: 60 por 80 e 40 por 50 centímetros. Enquanto isso, o historiador irá preparar um material escrito a respeito de cada lugar e pessoa selecionados. Em setembro - quando Mogi completará 453 anos -, eles pretendem realizar uma grande exposição que pode ser levada a vários pontos diferentes.
Para colocar o projeto em prática, no entanto, eles precisam contar com apoio financeiro, já que também querem produzir um catálogo e postais. “Parte destes postais vou doar à rede de ensino, pois é importante a preservação da história de Mogi”, comenta Nerival. Caso consigam patrocínio, eles dizem que pretendem realizar outras edições da mostra, com novos temas. “Vamos ver se sensibilizamos um empresário, alguém que possa nos ajudar, pois é um trabalho que interessa a toda Mogi”, diz Nerival.
Para se ter uma ideia dos custos de uma exposição como essa, cada quadro, com 50 por 70 centímetros, precisa de um investimento de R$ 300,00. “As tintas, as telas, tudo isso é caro. Já fiz muitas exposições com investimento do próprio bolso, mas agora não tenho como”, avisa o artista plástico, que já tem parte das telas prontas.
Uma delas retrata a antiga Igreja do Rosário – onde hoje está o Hotel Binder. “Essa Igreja era um patrimônio. Não poderia ter sido ‘vendida’ e o local transformado em empreendimento comercial”, observa Glauco, que ainda destaca outros temas, como o centenário do União Mogi Futebol Clube e a passagem de figuras ilustres, como Volpi, o mestre Chang Dai Chien - considerado um dos artistas plásticos mais importantes do mundo -, Mauricio de Sousa e Victor Brecheret, pela Cidade.
“Muita gente ainda não sabe dessas histórias, mais ao mesmo tempo, o povo mogiano é muito ligado à sua história”, aponta Glauco. A Festa do Divino é um exemplo, segundo o historiador e o artista plástico.
“Tenho até pedido para que a nova geração das artes plásticas não deixe de retratar essa festa, que é muito importante para a Cidade e leva o nome dela a outros lugares”, comenta Nerival. “Tem muita gente que só conhece a Festa do Divino por conta dos quadros de Nerival”, acrescenta o historiador.
Os dois acreditam que o projeto também serve de alerta. “É preciso chamar a atenção para a necessidade de se conservar o que ainda temos”, aponta o artista plástico. Além de Mogi, os dois já estão conversando sobre a montagem da exposição na Livraria Cultura, em São Paulo.
O começo
Nerival e Glauco se conheceram no ano passado, quando o artista plástico foi até a Etec Presidente Vargas, onde o historiador leciona. “Eu já havia conversado com outros historiadores, mas ele se interessou pela ideia de imediato”, recorda Nerival.
Glauco é envolvido com a historia de Mogi e tem um material didático disponível no youtube como Glauco Ricciele. “Tenho também meu blog, o ‘Confraria Mogiana’, mas preciso voltar a postar”, comenta.