FRONTISPÍCIO DAS ARTES

A arte começa onde a imitação acaba. Oscar Wilde

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

diário de mogi

Frontispício populariza arte na Região

Encontros como o realizado no Beco do Sapo, nas praças e parques foram feitos pelo grupo Frontispício / Foto: Divulgação


Popularizar a arte. Esse sempre foi o foco do grupo Frontispício formado por artistas plásticos de todo o Alto Tietê. Há cinco anos, eles se reuniram com o intuito de promover coletivamente ações em prol da classe e também da população. Não estão juntos apenas para realizar exposições, mas para cobrar melhorias para a Cultura da Cidade. Em 2014, pretendem ampliar o leque de espaços para mostras, incentivar novos talentos, trazer outros de volta à cena e conquistar condições mais adequadas para a promoção de eventos.
Um passo importante, de acordo com um dos idealizadores do grupo, Zeti Muniz, já foi dado. Segundo ele, o diálogo aberto com o poder público tem surtido efeito. “Neste ano de 2013 já começamos com a vantagem de ter um artista como secretário de Cultura (Mateus Sartori), que acaba falando a mesma língua que a nossa. Mas, por outro lado, sabemos que ele não tem toda a força que precisa para realizar algumas coisas. Esse ano também foi importante porque conseguimos uma audiência em Brasília (para a criação de um Museu de Arte em Mogi). O grande problema é que a burocracia, ainda é muito grande”, aponta Muniz.
Uma das grandes vontades do Frontispício para 2014 é a criação do Museu de Arte, no antigo prédio da Telefônica – hoje sob o comando da Vivo. “O imóvel está praticamente desocupado. Nesse espaço, poderíamos ter o nosso Masp. Contudo, independentemente dessa luta, precisamos de locais dignos para exposição no Alto Tietê, que tem muitos talentos. Na verdade, nós não temos nenhum espaço realmente glamuroso para receber grandes exposições e até peças teatrais, por exemplo”, diz o artista.
Apesar de apontar essas deficiências, o grupo tem como lema buscar alternativas  que não dependam apenas do poder público. Por isso, selaram parcerias com uma série de endereços da Cidade para promoverem as suas ações. Dentre eles, estão o Centro Cultural Paulo Pinhal – gerido pelo Colégio de Arquitetos de Paulo Pinhal – o restaurante Oásis e a churrascaria Vento Minuano. Esses locais recebem exposições durante o ano todo.
“Nesses lugares, estamos sempre apresentando coisas novas. Temos essa preocupação com a rotatividade para que o público desses dois endereços possa conferir obras diferentes, sempre. Essa é a nossa vitrine. Antigamente, os comércios precisavam comprar as telas para tê-las em seus espaços, hoje conseguem essa parceria e nós não temos de arcar com muitos custos”, observa Zeti.
Outra maneira de articular ações sem a necessidade de esperar pelo poder público é partir para outras Cidades, fora do Alto Tietê. Zeti conta que os artistas sempre participam de mostras, bienais e concursos de municípios como Piracicaba, Ubatuba, entre outros. “Chegamos a ganhar prêmios nessas participações e acabamos levando  o nome de Mogi para fora também, mas falta apoio”, analisa o artista.
Concorrência
Para Zeti, uma boa maneira de fomentar as artes na Região seria criar um clima competitivo entre as cidades do Alto Tietê. Segundo o artista, as secretarias municipais estão muito atreladas umas as outras. “A ideia é que uma pensasse em fazer algo melhor que a outra. Não no sentido de briga, mas de tentar superar a vizinhança. Mogi tem muito potencial, mas às vezes somos mais valorizados fora do que aqui”, aponta.
O artista ainda acredita que dessa forma a classe também se sentiria estimulada a melhorar cada vez mais. “Esse é o meu ponto de vista. Seria como um atleta que está sempre buscando a superação”, conclui. (Mariana Nepomuceno)