"Conexão Arte Naïve" destaca a arte da ingenuidade em Mogi
Mostra aberta ontem segue em cartaz até o dia 2 de outubro no Ateliê de Zeti Muniz, no centro de Mogi
Sinônimo de ingenuidade, considerada mais direta, retratando a natureza, o cotidiano sem artifícios ou esforços, assim é a pintura naïf, que, desde ontem, ganha destaque em Mogi das Cruzes. Até o dia 2 de outubro, o Ateliê de Zeti Muniz recebe a exposição "Conexão Arte Naïve - O Triunfo do Detalhe", organizada pelo artista plástico Enzo Ferrara. O espaço cultural fica na rua Senador Dantas, 572, no centro. A entrada é gratuita. A visitação gratuita pode ser feita de segunda a sexta-feira, em horário comercial. Grupos e escolas podem agendar visitas pelo telefone 97265-8353, com Zeti Muniz.
A exposição chega a Mogi após ter passado pelo Centro Cultural Ítalo-Brasileiro - Casa Di Dante, em São Paulo, e pelo Museu de Arte Popular de Diadema, na Região Metropolitana do Estado. Segundo Ferrara, o objetivo é divulgar as obras e os artistas, que são das cidades de Socorro, São Paulo e Mogi. "São artistas experientes, quase todos já passaram pela Bienal de Arte Naïf de Piracicaba. O público mogiano é distante desse universo, que é mais focado no interior do Estado, em cidades como Sorocaba e Campinas. É algo bem diferente dos trabalhos produzidos em Mogi", destaca o organizador, que também participa com suas obras, dentre elas "Capela do Ribeirão (Taiaçupeba) no Tempo das Batatas", resgatando a sua história familiar.
Destaque entre os participantes, para Rosângela Politiano e Elsa Farias, que representam a cidade de Socorro. A primeira traz a obra "Festa do Divino em São Luís do Paraitinga", que foi exposta na Bienal Naïfs do Brasil, promovida em 2012. Elsa, também, destaca o evento religioso com o quadro "Congada São Benedito e Divino Espírito Santo". Do bairro do Bixiga, em São Paulo, vem "Eretz Amazônia - Os Judeus na Amazônia", de Arieh Wagner. "O trabalho de Arieh traz a cultura judaica. No bairro há um museu judaico e ele faz obras de arte na rua", conta Ferrara.
Novidades
A abertura do evento trouxe surpresas para os visitantes. Com duas obras do artista plástico Nerival Rodrigues, radicado em Mogi, uma delas retratando o Pantanal e outra uma festa junina. Uma homenagem à falecida artista mogiana Wilma Ramos, que tem uma de suas obras exposta, assim como sua irmã Doralice Ramos. "É uma forma de mostrar como o trabalho das duas é diferente", ressalta o organizador do evento, que também conta com trabalhos de Zeti Muniz e Adelaide Lawitschka Swettler.
- "Dança de Capoeira", da artista mogiana Wilma Ramos
- "Capela do Ribeirão (Taiaçupeba) no Tempo das Batatas", produzida pelo organizador do evento, Enzo Ferrara
- "Congada São Benedito e Divino Espírito Santo", de Elsa Farias
- "Eretz Amazônia - Os Judeus na Amazônia", produzida pelo artista plástico Arieh Wagner
Obras vão para Museu Internacional
A exposição "Conexão Arte Naïve - O Triunfo do Detalhe" recebeu esse nome, segundo o organizador Enzo Ferrara, por abranger artistas dos gêneros masculino e feminino, trazendo o uso da palavra francesa "naïf" para o plural "naïves". "O diferencial do Brasil para a arte feita fora é a questão social, uma abordagem dos artistas para coisas mais urbanas, como a temática da violência. Temos uma grande participação de mulheres, elas são 50% dos participantes. São artistas que estão na ativa, produzindo eventos, seja exposições coletivas ou individuais e oficinas", avalia.
Algumas das obras em exposição serão incorporadas ao Acervo Permanente do Museu Internacional de Arte Naïf do Brasil (Mian), localizado no Rio de Janeiro. Cinco delas estavam escolhidas e as demais seriam escolhidas ontem na abertura da exposição. Tudo começou com a obra "Capela do Ribeirão", do Ferrara, que despertou o interesse do museu e ele abriu um diálogo para a indicação de outros artistas. (K.B.)