» Publicada em 191208
Nerival Rodrigues é homenageado com o livro "Naïf de Mala e Cuia"
Escrita pelo renomado crítico de arte Oscar D´Ambrosio, obra retrata a vida de um dos artistas mais admirados de Mogi.
Marcelo Alvarenga
RODRIGUES: Artista tornou-se conhecido internacionalmente por suas telas que mostram colheitas
BÁRBARA BARBOSADa reportagem local
A história da arte naïf se confunde, muitas vezes, com a origem de seus autores. No Brasil, a maior parte dos artistas deste gênero são pessoas que migraram para grandes cidades, deixando para trás a terra natal. E é essa mudança de vida que inspira verdadeiras obras de arte, de cores fortes e traços ingênuos, como as do pernambucano NERIVAL RODRIGUES.Radicado no Alto Tietê há 40 anos, o artista tornou-se conhecido nacional e até internacionalmente por seus trabalhos que mostram colheitas, homenageiam os índios e retratam os migrantes, oferecendo sempre uma reflexão sobre o que é ser artista no Brasil. Sua vida e obra, agora, é destaque no livro "Naïf de Mala e Cuia", que será lançado hoje, às 20h, na galeria da Job Editora Gráfica, em São Paulo (rua Antonio Marcondes, 211, Ipiranga). Escrita por Oscar D´Ambrosio, um dos mais conceituados críticos de arte no País, a obra faz uma viagem pela arte naïf, apresentando o trabalho de diversos artistas, como Waldomiro de Deus, Antonio Poteiro, Raquel Gallena e os irmãos João Cândido e Conceição Silva, além de Nerival. Em "De Mala e Cuia" o leitor vai encontrar uma homenagem justamente aos migrantes, na qual os trabalhos apresentados, entre telas e suportes, como malas ou cabaças, retratam a vida dessas pessoas. No livro, o autor conta que desde 1999 vem se dedicando a pesquisa sobre o naïf, mas até hoje, quase uma década depois, ele ainda não encontrou uma definição que expresse bem seu sentido. "De modo geral, os conceitos mais utilizados concordam em definir o estilo naïf como marcado por cores vivas, imaginação e estilização e um poder de síntese levado para a tela com uma técnica aparentemente rudimentar. Nesses aspectos, poder-se-ia dizer que a arte naïf brota do inconsciente coletivo", descreve ele. No capítulo intitulado "Nerival - Sensibilidade à flor da pele", D´Ambrosio descreve Rodrigues como um artista "que conserva nas mãos os calos de sua origem como trabalhador agrícola", mas que nas telas pinta "uma visão paradisíaca do Brasil que todos gostaríamos de ver: frondoso, verdejante, rumo ao futuro que nos é constantemente negado".TrajetóriaNascido em 1952, em Garanhuns, no Pernambuco, NERIVAL RODRIGUES iniciou seu contato com a arte aos 9 anos. Na época ele trabalhava na lavoura- atividade que exerceu até os 16 anos de idade - e na hora do almoço riscava a terra com gravetos. Mais tarde os costumes da infância ganharam cor e foram reproduzidos em telas.Em 1960 Rodrigues veio para São Paulo em um pau-de-arara, passando por diversas cidades, onde sua vocação para a arte começou a se expandir com o uso de técnicas de guache e aquarela. Oito anos depois, pintou seu primeiro quadro a óleo, que teve como inspiração a destruição do parque Dom Pedro. Em 1973, na praça da República, na capital, o artista realizou sua primeira exposição.Entre 1971 e 1982 Rodrigues trabalhou em diversas empresas da região, tendo abandonado seu último emprego, na então Companhia Suzano de Papel e Celulose, em Suzano, para se dedicar totalmente à arte naïf.
Nerival Rodrigues é homenageado com o livro "Naïf de Mala e Cuia"
Escrita pelo renomado crítico de arte Oscar D´Ambrosio, obra retrata a vida de um dos artistas mais admirados de Mogi.
Marcelo Alvarenga
RODRIGUES: Artista tornou-se conhecido internacionalmente por suas telas que mostram colheitas
BÁRBARA BARBOSADa reportagem local
A história da arte naïf se confunde, muitas vezes, com a origem de seus autores. No Brasil, a maior parte dos artistas deste gênero são pessoas que migraram para grandes cidades, deixando para trás a terra natal. E é essa mudança de vida que inspira verdadeiras obras de arte, de cores fortes e traços ingênuos, como as do pernambucano NERIVAL RODRIGUES.Radicado no Alto Tietê há 40 anos, o artista tornou-se conhecido nacional e até internacionalmente por seus trabalhos que mostram colheitas, homenageiam os índios e retratam os migrantes, oferecendo sempre uma reflexão sobre o que é ser artista no Brasil. Sua vida e obra, agora, é destaque no livro "Naïf de Mala e Cuia", que será lançado hoje, às 20h, na galeria da Job Editora Gráfica, em São Paulo (rua Antonio Marcondes, 211, Ipiranga). Escrita por Oscar D´Ambrosio, um dos mais conceituados críticos de arte no País, a obra faz uma viagem pela arte naïf, apresentando o trabalho de diversos artistas, como Waldomiro de Deus, Antonio Poteiro, Raquel Gallena e os irmãos João Cândido e Conceição Silva, além de Nerival. Em "De Mala e Cuia" o leitor vai encontrar uma homenagem justamente aos migrantes, na qual os trabalhos apresentados, entre telas e suportes, como malas ou cabaças, retratam a vida dessas pessoas. No livro, o autor conta que desde 1999 vem se dedicando a pesquisa sobre o naïf, mas até hoje, quase uma década depois, ele ainda não encontrou uma definição que expresse bem seu sentido. "De modo geral, os conceitos mais utilizados concordam em definir o estilo naïf como marcado por cores vivas, imaginação e estilização e um poder de síntese levado para a tela com uma técnica aparentemente rudimentar. Nesses aspectos, poder-se-ia dizer que a arte naïf brota do inconsciente coletivo", descreve ele. No capítulo intitulado "Nerival - Sensibilidade à flor da pele", D´Ambrosio descreve Rodrigues como um artista "que conserva nas mãos os calos de sua origem como trabalhador agrícola", mas que nas telas pinta "uma visão paradisíaca do Brasil que todos gostaríamos de ver: frondoso, verdejante, rumo ao futuro que nos é constantemente negado".TrajetóriaNascido em 1952, em Garanhuns, no Pernambuco, NERIVAL RODRIGUES iniciou seu contato com a arte aos 9 anos. Na época ele trabalhava na lavoura- atividade que exerceu até os 16 anos de idade - e na hora do almoço riscava a terra com gravetos. Mais tarde os costumes da infância ganharam cor e foram reproduzidos em telas.Em 1960 Rodrigues veio para São Paulo em um pau-de-arara, passando por diversas cidades, onde sua vocação para a arte começou a se expandir com o uso de técnicas de guache e aquarela. Oito anos depois, pintou seu primeiro quadro a óleo, que teve como inspiração a destruição do parque Dom Pedro. Em 1973, na praça da República, na capital, o artista realizou sua primeira exposição.Entre 1971 e 1982 Rodrigues trabalhou em diversas empresas da região, tendo abandonado seu último emprego, na então Companhia Suzano de Papel e Celulose, em Suzano, para se dedicar totalmente à arte naïf.
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