FRONTISPÍCIO DAS ARTES

A arte começa onde a imitação acaba. Oscar Wilde

sábado, 15 de maio de 2010

INSPIRAÇÃO do Artista plástico Maurício Chaer


Quem passa pela esquina da Rua Duarte de Freitas com a Avenida Narciso Yague Guimarães, no Parque Monte Líbano, deve ter notado um mural colorido no estacionamento de uma loja. Até a semana passada, a obra era de autoria do artista plástico Paulo Seccomandi. Agora, o painel representa o talento de um outro profissional do segmento, Mauricio Chaer. E a partir da próxima quarta-feira, o público ainda terá a chance de conferir outros trabalhos realizados por ele. Esculturas em cerâmica e concreto ocuparão a parte externa e interna do endereço.

Articulada pelo arquiteto Paulo Pinhal em parceria com a loja Mar e Mar, a iniciativa tem como objetivo aproximar a arte do cotidiano das pessoas e ainda valorizar os profissionais. "Ali é um espaço de muita visibilidade, já que há grande circulação de pessoas", conta o idealizador do projeto. A proposta é que a cada mudança de estação, um artista diferente seja convidado. "Demoramos um pouco para fazer a primeira troca, porque tínhamos dúvidas quanto a Lei Cidade Limpa que proíbe os outdoors. Mas como é uma manifestação de arte, um painel, não tem problema".

Paulo Pinhal conta que ele mesmo produz o painel a partir do trabalho do artista. Os dois escolhem juntos qual será representado. "Ao contrário do outro mural, que foi feito a partir de uma tela, neste precisei decompor a obra, já que ela é tridimensional, uma escultura". Desta vez, ele e Chaer optaram por uma peça em cerâmica que retrata uma crítica do autor à política cultural da Cidade. Há tempos, o artista plástico defende a construção de um espaço onde possam ser realizadas exposições, entre outras atividades culturais.

E a vertente contestadora de Mauricio Chaer também pode ser verificada em seus trabalhos. A cada ano, ele aparece com uma nova série produzida a partir dos mais diferentes materiais. No ano passado, por exemplo, confeccionou suas peças utilizando retalhos de couro. Agora ele encontrou no concreto uma nova fonte de matéria-prima. Outra novidade são as obras de galhos de árvores de cedro, amarradas com o mesmo produto que a Mar e Mar usa para fazer os biquínis. "Não por acaso utilizo o náilon para estruturar as peças", comenta o artista.

Alias, reaproveitar materiais tem sido uma das preocupações de Chaer ao iniciar uma nova série. "Estou sempre preocupado em dar uma contribuição para o cenário das artes, mesmo que eu venda menos. Gosto de ir por este caminho da pesquisa de materiais, como o concreto".

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