domingo, 26 de setembro de 2010
sexta-feira, 24 de setembro de 2010
Bienal de SP abre com 850 obras de 159 artistas distante do vazio da edição anterior
SÃO PAULO - O pavilhão de 30 mil metros quadrados projetado por Oscar Niemeyer, no Parque do Ibirapuera, transformou-se num grande labirinto para receber a 29ª Bienal de São Paulo, que será inaugurada nesta terça-feira para convidados e no sábado para o público. O projeto de uma exposição que une arte e política, pensado pelos curadores Moacir dos Anjos e Agnaldo Farias, motivou também o projeto de arquitetura de Marta Bogéa, que criou salas de diferentes proporções entre corredores por onde o espectador facilmente se perde. Essas salas e seu entorno reúnem 850 obras de 159 artistas, um número que chama a atenção numa edição que levou um pouco mais de um ano para ser montada - e que sucede a chamada Bienal do Vazio, caracterizada pelas pouquíssimas obras. O número aumenta se for levada em conta a programação de cerca de 300 eventos que serão realizados nos seis espaços batizados de terreiros, funcionando como praças de encontro, refúgios do labirinto.
Leia mais: Artista 'mata' Lula, FH e outros políticos na obra mais polêmica da Bienal de SP
- A Marta criou um espaço estilhaçado, que convida a uma certa deriva por praças, vielas e becos. O público tem que decidir que caminho tomar e, sentindo-se perturbado, pode sempre correr para a luz, para as avenidas junto às janelas - afirmou Farias na coletiva de imprensa realizada na segunda-feira no pavilhão. - A arquitetura da exposição se contrapõe à lógica do espaço do Niemeyer, de uma perspectiva moderna, desenvolvimentista.
Confira a galeria de fotos de algumas das 850 obras da exposição.
O contraponto a essa perspectiva também é evidente na obra "Bandeira branca", de Nuno Ramos, que ocupa todo o vão central do pavilhão. Ali, cercados por uma rede, três urubus transitam entre três esculturas escuras, com caixas de som tocando as músicas "Bandeira branca", "Carcará" e "Boi da cara preta". É como um choque repetido pela exposição, que, ainda que trate de política de modo amplo e poético, reúne algumas obras de caráter claramente combativo, como a série de desenhos "Inimigos", de Gil Vicente; a instalação "Arroz e feijão", de Anna Maria Maiolino; as 12 esculturas de "Círculo de animais", do chinês Ai Wei Wei, constantemente censurado pelo governo da China; e "Fantasmas de Nabua", filme do tailândes Apichatpong Weerasethakul (vencedor da Palma de Ouro em Cannes este ano), que mostra um jogo de futebol com bolas de fogo.
Foto Eliária Andrade / Agência o Globo
Isso não impede que esta bienal seja muito mais otimista do que a de dois anos atrás, quando o pavilhão praticamente vazio se tornou melancólico. O clima de entusiasmo com a recuperação de uma instituição que há um ano se considerava praticamente falida é visível não só entre os organizadores, mas também na presença significativa de jornalistas do Brasil e do mundo todo. Quando assumiu a presidência da Bienal, em maio de 2009, o empresário Heitor Martins teve não apenas de quitar a dívida de R$ 5 milhões deixada por seu antecessor, Manoel Pires da Rocha, mas arrecadar R$ 30 milhões para realizar a exposição, quase quatro vezes mais do que foi gasto na 28ª edição. O secretário municipal de Cultura de São Paulo, Carlos Augusto Calil, afirmou e reafirmou na segunda-feira que a Fundação Bienal de São Paulo estava morta.
- A prefeitura acompanhou o declínio lento da bienal, e chegou-se a pensar que a salvação passaria por sua estatização. Mas ela foi salva. Foi a segunda vez que acompanhei a morte e a recuperação da bienal. A primeira foi no fim dos anos 70, quando o Sábato Magaldi teve a coragem de mantê-la viva. Mas ainda é uma instituição frágil, que precisa do apoio da sociedade e do poder público - disse Calil, cuja secretaria contribuiu com recursos, assim como o Ministério da Cultura e o governo do Estado de São Paulo.
Nesse contexto, torna-se ainda mais significativa a criação de espaços de discussão e união de linguagens artísticas nos seis terreiros, que abrigarão performances, projeções de filmes e debates. As performances serão realizadas logo na entrada, no terreiro "O outro, o mesmo" (título da obra do escritor argentino Jorge Luís Borges), criado por Carlos Teixeira com estruturas de papelão que podem tomar diversas formas. O papelão também é a cobertura de "A pele do invisível", pensado pelo esloveno Tobias Putrih para receber os filmes e vídeos, que serão exibidos durante toda a bienal, em dez programas. Em "Longe daqui, aqui mesmo", Marilá Dardot e Fábio Morais criaram um labirinto com tijolos e capas de importantes edições da literatura. Já os debates serão realizados nos terreiros "Eu sou a rua", projetado pelo escritório de arquitetura holandês UN Studio, e "Dito, não dito, interdito", criado pelo arquiteto Roberto Loeb e pelo artista Kboco para abrigar manifestações e encontros espontâneos do público. Por fim, os espectadores poderão descansar em "Lembrança e esquecimento", ambiente de acolhimento a cargo de Ernesto Neto.
- Os terreiros são espaços para que as pessoas possam decantar suas ideias. Tentamos montar uma exposição que não apenas tratasse de arte e política, mas que propiciasse o encontro e o entrechoque das linguagens e das opiniões. A ideia dos terreiros é celebrar não só a contemplação, mas a prática da política no espaço da bienal, sempre sob o signo da poesia. É a poesia que dá nome a esta edição - disse Farias, referindo-se ao título da exposição, "Há sempre um copo de mar para um homem navegar", verso do poema "Invenção de Orfeu", do alagoano Jorge de Lima.
Para Moacir dos Anjos, é o sentido poético da arte que a torna política:
- Queremos perguntar: O que pode a arte? De que modo a arte nos ajuda a entender o mundo? Toda arte que nos faz repensar as convenções e os consensos é política, não importa se ela comenta uma questão política. Por isso, reunimos tanto artistas jovens quanto históricos, porque o contemporâneo não é aquilo que está sendo feito agora, mas o que nos ajuda a pensar o mundo hoje - disse o curador, que, quando perguntado sobre a presença de apenas um artista da região Norte e um do Centro-Oeste do Brasil, ressaltou que o objetivo da exposição é justamente diluir fronteiras. - Os artistas não precisam apresentar uma carteira de identidade para tratar de determinadas questões, nem falar de certos temas só porque vivem em determinado contexto. Assuntos como ecologia e fronteiras indígenas estão tratados por dezenas de artistas. Não houve preocupação em estabelecer nichos identitários.
Seguindo a ideia de que a arte pode ser transformadora, a 29ª edição teve uma preocupação especial com o projeto educativo, com a criação de jogos distribuídos a professores de todo o estado de São Paulo, para provocar reflexão sobre a arte de forma lúdica.
Tribuna de Artistas:Ivone Marques Dias
Qual é o papel da arte na vida das pessoas? Pode o mundo sobreviver sem a arte? Serão os artistas tão importantes na sociedade quanto os médicos, os engenheiros, os advogados, os professores e outros profissionais? Estas questões colocam em pauta a vida e a manutenção de um tipo de profissional que apenas em segundo plano os governos ousam pensar. Mas, será que os governos expressam o que é e o que não é importante para nós? Acho que não.
Em primeiro lugar, é bom que fique claro: todos os grupos humanos tem um padrão estético que lhes é peculiar. Vejam os índios brasileiros, que importância dão ao grafismo no corpo, nas cerâmicas e nas armas e instrumentos musicais. Cada traço simboliza uma coisa, cada desenho classifica um objeto. Assim, entre os homens de um determinado tempo, é possível classificar sua produção artística e perceber o grau de sensibilidade do indivíduo em relação ao curso de sua história. Deixando de lado as produções teatrais que tem o fórum do teatro, do cinema e da televisão, eu fico me indagando quanto tempo ainda vai demorar para que as pessoas se desacomodem e aprendam a viver com o que lhes é belo, com o que lhes inquieta, com o que lhes é simbólico. Por vezes, como colecionadora, fico frente aos meus quadros tentando andar pelos caminhos do Nerival. São lindos esses caminhos. Tão lindos que me remetem à minha infância ingênua e perplexa frente à natureza. Assim também acontece quando passo os olhos pelo Chaer, pelo Bittencourt, pelo Ismael, pela Olga Nóbrega, pelo Soliano. Um expressa a fé, outro a lágrima, outro, exalta a pátria, outro, o amor, e por aí vai. Eu não saberia viver numa casa de paredes nuas. E, tudo o que ponho nas paredes, conta dos autores, mas também de mim, pois fui tocada por eles dentro do coração. Seus trabalhos me levaram, na fúria criadora, a andar por diferentes mundos. Puseram-me a refletir sobre as dimensões do sentimento e mostraram-me os caminhos da sensibilidade para educar meus filhos. Grande gente essa categoria dos artistas plásticos. Eu os reverencio por falarem uma linguagem que é mais acessível ao coração que aos ouvidos, no entanto, eles ainda não tem o incentivo que precisam para continuar. Conheço pintores e escultores que tropeçam na dificuldade financeira para comprar a matéria prima de sua arte. E eles só precisam de visibilidade, mas estão sujeitos ao descaso de não ter onde se reunir, onde ministrar cursos, onde expor seu produto artístico. Muito mal. Uma terra que não cultiva seus valores artísticos, está fadada à barbárie, à insensibilidade de seus cidadãos, à crueldade nas relações humanas.
Precisamos dos artistas. A alma precisa viver o belo e o inquietador. E onde está o nosso Centro Cultural?
Ivone Marques Dias, doutora em História pela USP, colabora
toda quinta-feira com esta coluna.
quarta-feira, 22 de setembro de 2010
painel de Nerival Rodrigues
Ao fundo a serra. No centro, os prédios, o avanço da Cidade. Na lateral, as crianças da periferia brincando, empinando pipa. Em uma mesma tela, Nerival Rodrigues traz todas estas cenas. Uma marca do trabalho desenvolvido pelo artista plástico, considerado um dos grandes nomes do estilo naif (primitivista) de Mogi das Cruzes. O quadro em questão é apenas mais um entre os muitos já produzidos por ele que agora está reproduzido em um painel instalado no estacionamento da loja Mar e Mar, esquina da Rua Duarte de Freitas com a Avenida Narciso Yague Guimarães.
A obra de Nerival, no local, faz parte de um projeto articulado pelo arquiteto e produtor cultural Paulo Pinhal. Desde o primeiro semestre do ano, ele convida artistas plásticos da Cidade para expor na loja. Além do grande painel no estacionamento, os participantes também levam peças ao interior do endereço. Esta é a terceira mostra realizada na Mar e Mar. Nas edições passadas o público conferiu as criações de Paulo Seccomandi e Mauricio Chaer.
"As exposições geralmente ficam em cartaz de acordo com as estações do ano, o que também interfere na troca das coleções da loja", comenta Pinhal. Um dos diferenciais desta terceira edição do projeto é a dinâmica. Isso porque, Nerival tem trocado as 10 telas presentes no interior do espaço. "Ele tem renovado e isso é legal porque é uma oportunidade de ver mais coisas dele", aponta.
Ainda em parceria com Nerival, Pinhal pretende realizar uma exposição da maior tela já produzida pelo artista plástico. Durante o Festival de Inverno Serra do Itapety 450 Anos, em Taiaçupeba, ele finalizou a peça, na qual retrata o meio ambiente e o homem. "A obra é enorme (8 metros), a maior no estilo Naif da América Latina", comenta o produtor. A mostra será promovida nas instalações da Todeschini, provavelmente, em outubro.
O artista plástico acrescenta que ainda pretende levar a tela para outros espaços. Sua maior vontade era de colocá-la em um local público. "De repente em uma estação de trem da Cidade. Mas sei que, infelizmente, elas não acomodariam devidamente", observa. Além de estar envolvido com a exposição e a possibilidade de levar o maior quadro da carreira a outros endereços, Nerival tem realizado trabalhos sociais, em parceira com escolas, a fim de estimular a produção da arte.
"Vemos tantos garotos perdidos por aí, com tanta possibilidade. Percebo o quanto as crianças gostam de pintura. A Cidade ganharia muito com um museu de arte", aponta ele. Pinhal concorda. Para o arquiteto, apesar de muitos espaços para exposições já terem surgido em Mogi, falta um local com estrutura totalmente voltada a eventos como este. "Estamos sempre conversando, articulando as coisas. Quem sabe não conseguimos uma pinacoteca, muito em breve".
Internacional
Por diversas vezes Nerival já esteve em solo estrangeiro para expor suas obras. No ano que vem, partirá novamente para os Estados Unidos e também há possibilidade de expor no Japão. a
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terça-feira, 21 de setembro de 2010
Carla Pozo vence concurso nacional
Para Carla Pozo, essa visibilidade em rede nacional é importante para a divulgação tanto de Mogi das Cruzes quanto dos artistas que a cidade possui. Entre os finalistas, há escritores de Santa Catarina, Minas Gerais, Pernambuco e Rio de Janeiro. "Não deixa de ser uma forma de mostrar que o município também agrega bons artistas. Essa divulgação em rede nacional só traz prestígio à nossa cidade e aos talentosos profissionais espalhados por aqui", comemora.
"Aborto" fala do drama das mulheres que precisam lidar com essa situação. O tema ainda é vítima de muito preconceito, críticas e gera polêmica, mas, na poesia, a escritora deu voz a quem teve de aderir a essa prática por precaução. Sob o olhar da personagem, o assunto ganha um tom poético e passa a ser encarado de uma maneira menos negativa. (S.C.)
Contação de história encerra mostra
As crianças que têm curiosidade em conhecer o trabalho de um artista plástico podem comparecer amanhã no Centro Cultural Francisco Carlos Moriconi (rua Benjamin Constant, 682, no centro de Suzano).
O espaço cultural apresentará três sessões de contação de histórias que terão a atividade desses profissionais como tema. Voltadas aos pequenos de 6 a 8 anos, as apresentações serão às 8h30, 11 e 15 horas. Em seguida, eles vão acompanhar a exposição que está cartaz no local, preparada pelo Grupo Frontispício em homenagem ao aniversário de Mogi das Cruzes.
Dando continuidade às atrações promovidas pelo grupo, no próximo sábado, das 14 às 20 horas, haverá o lançamento do livro "A Formiga e a Joaninha", do escritor Anael Furquim.
Nesse dia, serão encerradas as atividades desenvolvidas durante este mês pelos artistas que compõem essa companhia. Exposições, apresentações de dança, música, teatro, dentre outros eventos, fizeram parte da programação. (S.C.)
domingo, 19 de setembro de 2010
MOGI PENSA ANIVERSARIO DE 500 ANOS?
Mieka Fukuda, a nossa crítica de arte, salientou a importância de se homenagear os artistas plásticos que já se foram, mas que marcaram época em Mogi. Nerival Rodrigues, o nosso líder nato, discorreu sobre os diferentes mandatos, desde a fundação da AMBA, em 1955, até a fundação da AMAV, em 2001. Lúcio Bittencourt, o nosso operário da arte, chamou a atenção para a produção artística local que atingira patamares nunca antes alcançados pelas gerações.
JAM traçou as hipóteses estratégicas de nossa retrospectiva, desde Thomaz Ender até Barros, o Mulato, na história de nossa visualidade contemporânea. Adelaide Lawitschca Swetler comentou que as obras públicas estavam voltadas para a escultura, faltando a pintura como manifestação muralista e pictórica. Mauricio Chaer levantou a questão de o poder público usar os artistas como objetos de consumo sem avaliar os investimentos dos artistas em suas obras. Paulo Pinhal sugeriu que o prédio da antiga Telefônica fosse transformado em uma galeria de arte oficial para os artistas plásticos mogianos atuais. A chefia do gabinete prometeu levar ao prefeito as preocupações dos artistas com a história de Mogi contada pelas obras de arte etc... No ano passado, também no aniversário da cidade, a Secretaria de Cultura, após uma sucessão de brigas com os artistas plásticos, não realizou nada que permitisse aos artistas de Mogi mostrar quanto amam este município. Nos 450 anos, o Grupo Frontispício se deslocou para o Centro Cultural de Suzano, onde inaugurou, no dia do aniversário de Mogi, em homenagem à nossa cidade, uma grande coletiva com mais de 100 obras de 52 artistas, com apresentação de dança, música, fotos,cinema e declamação de poesias. Segundo Enzo Ferrara e Zetti Muniz, novas lideranças que surgem em nosso panorama cultural mogiano, "por falta de planejamento e margem de tempo para a produção de obras de arte, que não são como história em quadrinhos, ilustração, publicidade e propaganda, mas, sim, que demandam de inspiração, criatividade e autoexpressão, não podem ser feitas de última hora.
A exposição sobre as Sete Maravilhas não diz respeito à sensibilidade dos artistas pela nossa causa. Notamos, também, que o grupo feminino anunciou a sua dissolução e volta a expor com o título de "Salão da Primavera", considerando-se que a evolução semântica das artes plásticas, desde a renascença, se utiliza da palavra Salão como oficialização do poder público, que nos legitima anualmente com periódicas exposições, que nos avalia e nos insere na cultura e sociedade, se não for uma visão equivocada dos salões de Paris, seria mais um protesto.
O prefeito, tendo mãe e avó artistas plásticas, e ele mesmo, que gostava de desenhar na adolescência, agiu
como o Valdemar, o Machado, o Padre Mello, o Junji, dentre outros prefeitos que tivemos, sem o respeito pelos fatos hitóricos da arte local.Protestei contra a Secretaria de Cultura e o Conselho de Cultura, não porque tenho vocação para palhaço ou pizzaiolo, mas porque deram golpes brancos na cultura mogiana e se sucederam no poder os mais tendenciosos, em que cada um puxa a brasa para o seu lado sem se dar conta de que o tempo não para, avança cada vez mais e mais .
Na exposição do Frontispício, em Suzano, o destaque está sendo o protesto de Belini Romano, que, corajosamente, expõe nossas subjetividades. No dia 22 de setembro de 2010, esse seguidor da arte acidental de Lúcio Bittencourt inaugura mais uma escultura monumental do suposício Braz Cubas, dando continuidade à sua arte-desastre, que ignora linguagem, estética e erudição, patrocinada pelas empresas que nos impõem pela força do capital. Obras de arte que não representam o pensamento dos mogianos sobre a sua cidade, de modo que, se nós mogianos não pensarmos, pensarão por nós o "Nosso Pensar".
J.A.M - josé Antônio de Morais é artista plástico e colabora com o Mogi News.
sábado, 18 de setembro de 2010
Os artistas que tornaram a 2ª Expo Tieteísmo realidade
Ass: Enzo Ferrara
quarta-feira, 15 de setembro de 2010
2ª Expo Tieteísmo em Suzano
2ª Expo Tieteísmo em Suzano
2ª Expo Tieteísmo em Suzano
2ª Expo Tieteísmo em Suzano
2ª Expo Tieteísmo em Suzano
2ª Expo Tieteísmo em Suzano
2ª Expo Tieteísmo em Suzano
2ª Expo Tieteísmo em Suzano
2ª Expo Tieteísmo em Suzano
2ª Expo Tieteísmo em Suzano
2ª Expo Tieteísmo em Suzano
2ª Expo Tieteísmo em Suzano
2ª Expo Tieteísmo em Suzano
2ª Expo Tieteísmo em Suzano
2ª Expo Tieteísmo em Suzano
2ª Expo Tieteísmo em Suzano
2ª Expo Tieteísmo em Suzano
2ª Expo Tieteísmo em Suzano
2ª Expo Tieteísmo em Suzano
2ª Expo Tieteísmo em Suzano
2ª Expo Tieteísmo em Suzano
2ª Expo Tieteísmo em Suzano
2ª Expo Tieteísmo em Suzano
Pavilhão Mogi 450 anos - chácara de Alfredo Volpi
Pavilhão Mogi 450 anos - Mogi das Cruzes em 2060
segunda-feira, 13 de setembro de 2010
Morre em São Paulo o artista plástico Wesley Duke Lee
O artista plástico paulistano Wesley Duke Lee, 78 anos, morreu às 23h deste domingo (12) no Hospital Beneficência Portuguesa, em São Paulo. (A assessoria de imprensa do hospital havia informado anteriormente que a morte ocorrera às 5h40 de segunda, mas telefonou à redação para retificar o horário em seguida).
De acordo com Max Perlingeiro, amigo do artista e curador de uma mostra dedicada a ele atualmente em cartaz no Rio de Janeiro, Duke Lee morreu de complicações respiratórias. Ele sofria de Mal de Alzheimer e, antes de dar entrada no hospital, estava internado em uma clínica em São Paulo, também segundo Perlingeiro.
Veja galeria de fotos e obras do artista Wesley Duke Lee
O corpo de Duke Lee - que não será velado publicamente - será cremado em cerimônia marcada para as 16h desta terça-feira no Crematório Horto da Paz, em Itapecerica da Serra.
'Artesão de ilusões'
Nascido em dezembro de 1931, Duke Lee começou a estudar desenho e pintura no Masp, em São Paulo, e depois passou temporadas em Nova York e Paris para levar adiante sua formação.
Lee, de 1999 (Foto: Divulgação)
Com artistas como Carlos Fajardo, Nelson Leirner e Geraldo de Barros foi um dos fundadores do Grupo Rex, que oferecia uma reação combativa e bem-humorada ao mercado de artes na década de 1960. Nessa época, foi também responsável pela realização dos primeiros "happenings" da arte brasileira.
Nos anos 80, trabalhou em parceria com o Centro de Reprodução Xerox, em Nova York, e incorporou uso de novas tecnologias a seus trabalhos, como fotocópia, polaroid e computador.
Duke Lee, que teve trabalhos expostos nas bienais de Veneza e de Tóquio, se dizia influenciado pelo movimento dadaísta, pela pop art e pela publicidade. Em um vídeo publicado na Enciclopédia Itaú Cultural Artes Visuais, declarou: "Sou um artesão de ilusões. O que realmente me interessa é a qualidade da ilusão. Se você conseguir atravessar o espelho e tiver a coragem de olhar para trás, você não vai ver nada".
Retrospectiva em cartaz no Rio
Uma retrospectiva da carreira do artista pode ser conferida em uma mostra que está atualmente em cartaz na Pinakotheke Cultural, do Rio de Janeiro (R. São Clemente, 300, Botafogo). A mostra, com curadoria de Max Perlingeiro, permanece aberta até 2 de outubro. No dia 23 do mesmo mês, a exposição será transferida para São Paulo, onde fica até 5 de dezembro.
"Falamos sobre a exposição em 2006, mas depois a saúde dele se agravou muito. A princípio achei que não era muito prudente fazer [a mostra], mas no final do ano passado os amigos do Wesley me procuraram e incentivaram a fazer a exposição", diz Perlingeiro. "Acho que fizemos talvez a maior homenagem que ele já teve."
Para Perlingeiro, a arte brasileira perde "um dos maiores artistas de sua vanguarda". "O Wesley semrpe esteve muito além do seu tempo. Desde os anos 60, ele era inconformado com a mesmice da arte e não se contentava mais com a pintura bidimensional", diz o amigo e curador, lembrando as primeiras experimentações do artista no campo das instalações e no uso da tecnologia. "Na época, ele era tão avançado que as pessoas não o compreendiam."
No início da noite desta segunda-feira, o ministro da Cultura, Juca Ferreira, divulgou uma nota de pesar pela morte de Duke Lee. "Sua atitude experimentalista, irreverente e contestadora, base de sua criatividade, foi e é fundamental para o crescimento não só artístico, mas de comportamento de uma sociedade como a nossa", diz a nota, dirigida "aos familiares, amigos, artistas e aos que amam a arte".