Meyson integra o Jabuticaqui, Cia. Clara Teatral, Contadores de Mentira, Fantochia e a Cia. do Escândalo
texto:Mariana Nepomuceno(Diario de Mogi)
Ele acredita nos processos coletivos. Talvez por isso faça parte de tantos projetos de uma só vez. Hoje Meyson integra o Jabuticaqui, grupo de vivência da cultura popular, a Cia. do Escândalo, o Fantochia, a Cia. Clara Teatral e o Contadores de Mentira. Para cada trabalho contribui de uma forma diferente. No fim esse intercâmbio o permite ser o artista que é. Não é fácil. Administrar as agendas e conseguir fazer o melhor em cada um dos grupos exige muito jogo de cintura. E o que o motiva é a paixão pela arte, a possibilidade de trocar experiências. Por isso em 2012 a ideia é dar continuidade aos trabalhos.
Com a Cia. do Escândalo a proposta é levar o mais recente espetáculo, "O Sequestro do Secretário de Cultura" para outros espaços. Com a Cia. Clara Teatral ele inicia um novo processo, depois do sucesso de "Coisa de Menino Boneco" que ganhou o reconhecimento da crítica e do público. Com o ‘Contadores’ ele deve retomar as apresentações no primeiro semestre, enquanto o Jabuticaqui volta às atividades entre janeiro e fevereiro. Já com o Fantochia ele deve levar adiante as performances de "A Quase Morte de Zé Malandro".
A participação de Meyson em cada uma das companhias aconteceu de forma diferente. Para algumas ele foi convidado para um projeto específico e acabou ficando. Em outras, conhecia os integrantes e foi convidado. Já o Jabuticaqui ele ajudou a fundar. É neste grupo, que hoje conta com 25 participantes, que ele tem a possibilidade de vivenciar as mais diferentes manifestações da arte. "O que acontece ali é que não tem o artista no palco. Não tem diferença. Somos todos iguais cantando e dançando. Vivenciando o momento", avalia.E essa vontade de estar no meio do povo, de entender esse coletivo e compartilhar a arte vem desde muito pequeno. O primeiro contato de Meyson com o teatro foi aos 5 anos. Nesta mesma época ele já expressava essa idea de universalidade querendo ser poliglota. "Nem sabia ler e escrever direito e fui para uma escola de japonês", recorda. Sempre gostou de ler. Literatura russa, física, a Bíblia, tudo o interessava.
Morou na Paraíba, em Brasília. Vivenciou culturas muito diferentes e bebeu da fonte da música regionalista, do rock dos anos 80. Se apaixonou pela literatura de cordel. A poesia, na realidade sempre fez parte de sua essência artística. É nesta ‘brincadeira’ de escolher palavras que ele constrói e conta ao mundo o que vê e sente.De volta a Mogi em 1997, quando também desenvolvia trabalhos com xilogravura, começou a selar novas amizades. Um momento importante foi o encontro com Gui Cardoso e Régis D’anton. Os três montaram o Andor das Estrelas, um coletivo que promovia saraus, exposições, entre outras ações. Logo depois, Meyson começou a realizar apresentações como cantor e ator, principalmente depois da participação no espetáculo "Teatro Vasques, Sim Senhor" que comemorava o centenário do teatro. A partir dali, novos trabalhos foram surgindo. Em constante análise da arte, mas de forma descontraída, já que não gosta de discussões levadas tão a serio, Meyson diz que agora tem encontrado a sua verdade, o lado mais puro, simples de fazer música, de fazer arte.