FRONTISPÍCIO DAS ARTES

A arte começa onde a imitação acaba. Oscar Wilde

domingo, 1 de abril de 2012

ESCOLA AMBIENTAL




Lucimeyre Gonçalves

Professora com Licenciatura em Geografia, Pós Graduada em Educação Ambiental e Coordenadora da Escola Ambiental de Mogi das Cruzes.


Práticas Ambientais Educativas



A Educação Ambiental possui papel fundamental na construção da sustentabilidade socioambiental. Deve ser trabalhada de forma contínua desde a fase infantil, pois esta fase é o que vai delinear sua conduta futura enquanto cidadãos. É importante que se busque maneiras de trabalhar a Educação Ambiental com as crianças de forma que consigam absorver o máximo possível de aprendizado.





A Escola Ambiental junto a Secretaria do Verde e Meio Ambiente e Secretaria de Educação de Mogi das Cruzes em parceria com a empresa Frontispício foram desenvolvidas oficinas aos professores da Rede Municipal de Ensino. “Práticas Educativas Ambientais: O ensino de Arte no universo pedagógico na Educação Ambiental”. Através da arte, da educação e da ação cidadã resgatamos a relação do homem com o seu meio e, conseqüentemente, consigo próprio. Preparamos um cronograma de práticas educativas voltadas a Educação Ambiental, como oficinas, palestras, exposição, teatro e dança e contação de histórias.
Foi desenvolvida uma metodologia de trabalho que utilizou a dinâmica do teatro como introdução, contação de histórias e exposição de obras de arte de diversos artistas plásticos mogianos a uma análise crítica dos problemas ambientais. Estas ferramentas mostraram a importância da boa relação entre os homens e homem-natureza, sensibilizando os professores para a realidade do meio em que vivem. Nossos objetivos foram reforçar a utilização da prática educativa como meio para a integração socioambiental, oportunizar algumas possibilidades para a prática educativa na Educação Ambiental inserida na Arte e despertar a consciência ambiental através do processo criativo teatral como forma de expressão. Foram apresentadas práticas utilizando materiais de baixo ou nenhum custo. Elas estimularam a cooperação, o respeito, os sentidos, a harmonia, a conscientização e a sensibilização da Arte em relação ao Meio Ambiente. Neste sentido a Arte na Educação Ambiental contribuiu com o desenvolvimento de práticas educativas. Práticas estas que correspondem a movimentos sociais e culturais que vão além dos muros da escola.
Realizamos uma exposição com o objetivo de exercitar o visual e a memória. Durante a prática observamos olhares que surpreenderam as participantes com a beleza das obras. Percebemos um olhar mais puro, pois não estávamos acostumados com o que houvera até então dentro do espaço da “Escola Ambiental” propiciando uma melhor análise dos detalhes e o despertar de uma reflexão crítica. Como proposta associou-se à realização de oficinas oferecidas pelos artistas da Equipe Frontispício possibilitando que os professores realizassem práticas pedagógicas ressaltando a importância do fazer artístico como instrumento mediador na discussão sobre a realidade cotidiana e incentivando os professores sobre a sensibilidade na Arte ao realizarem ações conjuntas que propiciassem a reflexão crítica no contexto sócio-histórico dos educandos. As oficinas oferecidas propiciaram a experimentação de variadas linguagens artísticas que enfatizaram a temática “patrimônio histórico”, encaminhando as ações através da Educação Ambiental.
Apresentamos exposição de pinturas da natureza com diversos artistas e pintura ao vivo, monitorado por Zeti Muniz, diretor da Equipe Frontispício. Rosemeide Ferreira e Ana Brito, gestoras da Ilha Marabá, realizaram oficina das “ecobags” (furoshikis) utilizando material de baixo custo, conscientizando para mudanças de hábitos e a não utilização da sacolinha plástica.
Durante esse período as professoras foram beneficiadas diretamente com as oficinas através das palestras sobre Primeiros Socorros e Acidentes com animais peçonhentos, com a participação da empresa CETI (Centro de Ensino Técnico Ipiranga), palestra sobre a coleta de óleo de cozinha, apresentação da dança cigana que abordou diversos aspectos da questão ambiental. Além dessas apresentações foi encenado a peça: “O Menino Nuvem” do grupo teatral Não por Acaso; peça escrita e dirigida por Julio Siendhental.

Os resultados do encontro excederam nossas expectativas. Foram beneficiadas aproximadamente 250 educadoras. O evento foi divulgado pelo site da Prefeitura Municipal de Mogi das Cruzes.
“A educação ambiental não deve se preocupar em transmitir conhecimentos, mas sim em produzir conhecimentos, considerando que não aprendemos do outro, mas com o outro, criando com ele.” (STENGERS apud BARCELOS, 1997, p. 37). E, de acordo com Reigota (1995, p. 28), “O desafio da educação ambiental é sair da ingenuidade e do conservadorismo (biológico e político) a que se vive confinada e propor alternativas sociais, considerando a complexidade das relações humanas e ambientais”.



Em outras palavras, pode-se considerar a Educação Ambiental como um processo de construção do papel social de cada indivíduo, dentro de suas comunidades, visando à melhoria da qualidade de vida e da estrutura da sociedade ou até mesmo considerá-la um resgate de mudança de valores e comportamentos, integrando o homem com o meio em que vive. É fundamental a participação da escola principalmente desde o ensino infantil ou das primeiras séries do ensino fundamental no processo de construção de conhecimento, valores e atitudes, voltados para a temática ambiental, promovendo assim a conscientização e ações de engajamento da comunidade escolar na defesa de um meio ambiente ecologicamente equilibrado e essencial à sadia qualidade de vida, às presentes e futuras gerações.

Localização da Escola: Rod. Candido do Rego Chaves, 4300 km 50 - Varinhas – Mogi das Cruzes, SP.
Fones – 4729-5674 ou 4735-4201