Foto de Enzo Ferrara
Por:
Enzo Ferrara
Comemorando
o Jubileu de Prata o 25° Salão de Artes, promovido pela Associação Comercial de
São Paulo, Distrital de Pinheiro, esse ano inova levando a mostra para o
Conjunto Nacional, durante o mês de novembro de 2012.
Nesse
ano temos a participação da artista Adelaide L. Swettler de Mogi das Cruzes,
representando o Grupo Frontispício com a sua obra de Arte Acadêmica.
Não
é segredo pra ninguém que fiz duras criticas sobra a organização do evento,
criticas que me levaram a não fazer inscrição para participar da edição desse
ano, pois já tinha participado no ano passado.
A
Primeira questão é o pagamento da inscrição, no ano passado foram R$40,00 e
nesse ano R$50,00. Se comemorando 25 edições de exposição a Associação
Comercial de São Paulo ainda não conseguiu patrocinadores para manter a
exposição, sem que os artistas contribuam com dinheiro, não sei o que estão
esperando, talvez mais 25 anos? O fato é que o artista paga pela inscrição, mas
a sua obra não tem a menor garantia de participar, por que ela irá passar por
uma avaliação feita pelo corpo jurado e só entram na exposição oficial as
melhores, com isso eu concordo, procurar o melhor, mas não é ético pagar uma
taxa de participação se a minha obra não participará, pois se ela não
participou não houve gastos, se não teve gastos, não justifica cobrar dos
artistas não participantes, e pela organização e distribuição das obras não
deveríamos pagar mesmo.
A
questão da Premiação é outro ponto a ser destacado é a premiação. Quando é
feita a inscrição o artista tem a oportunidade de se inscrever por modalidade,
divididas em três categorias, arte Acadêmica, Arte Moderna e Escultura, mas
sempre quem recebe o premio aquisição é a arte Acadêmica, um artista Naïf como
eu, ou de uma outra técnica, não tem a menor chance de ganhar um premio
aquisição, por que o foco da organização não é esse, se não tenho chance de
ganhar o premio aquisição, por que eu tenho que pagar a inscrição para bancar
apenas uma modalidade? Isso não é justo e deve ser pelo menos falado.
Analisando
outras mostras em 25 anos de evento verifiquei que em 1998 o premio aquisição
foi para a obra Natureza morta I do Artista Antonio da Conceição Moraes, em
1999 o premio foi para a obra Mulher Negra da artista Lyssandra Ferreira de
Oliveira, em 2001 o premio foi para a obra Sapatos Velhos de Tom Ruthz, em 2002
para a obra Venus da Noite de Sani Arana, em 2004 para a obra Maçãs de Marcio
A. Gomes, em 2011 para a obra Girasois, metais e Frutas e em 2012 para a obra
Sabedoria de Rico Ribeiro, em comum o que todas elas tem em comum é que são
obras na técnica acadêmica. Concordo que a arte acadêmica é mais difícil, por
que os artistas demoram mais para aprender, mas a dificuldade da técnica deve
ser apenas mais um atrativo de seleção e não regra principal de uma seleção,
outros pontos devem ser levados em consideração, como o tema e o suporte.
A
Montagem é um outro ponto de crítica, pois as obras ficam umas em cima das
outras, e não na altura da vista da maioria das pessoas, como é comum e com
mais qualidade para ver os detalhes da pintura, pagar novamente para ver minha
obra no rodapé do biombo num canto escuro, não me parece justo.
Questionei e fiz duras criticas a comissão de Gestão da
Mostra junto a Associação de São Paulo em Pinheiros, e a resposta ironicamente
é que a Associação não trabalha com arte, não é a principal função dela, e nem
deram bola para os pontos em questão, fazendo com que a mostra fique apenas
assim o jeito que está, está bem. Se em 25 anos de Salão de artes a Associação
ainda não tem a tomada de consciência que ela trabalha com arte sim! Então eu
não sei por que ela ainda promove o Salão de Artes, talvez para arrecadar a
verba dos artistas, ou para sair bem nas fotos do jornal como uma apoiadora das
artes em São Paulo, ou mesmo falar de democratização, mas só para inglês ver,
pois fica bem claro que a organização ainda tem muito o que evoluir para colher
bons frutos.
O
coquetel de abertura foi uma comédia, uma pequena mesa com alguns tira gosto e
sucos para 1000 pessoas, o resultado é que muitos tiveram que se acotovelar
para pegar um copo de suco e a grande maioria não conseguiu nem se quer chegar
perto da mesa, saí de lá pensando e as pessoas pagam para isso! Infelizmente
sim.
A
conclusão que se chega é que o Salão de artes só brilha a 25 anos por conta Talento
dos artistas, que me parece ser os
verdadeiro mantenedores da mostra. Na exposição podemos ver um pouco da
identidade cultural do povo Brasileiro, nossa mistura étnica, nossos desafios,
nossa alegria e nossas cores. O destaque vai para algumas particularidades como
a diversidade humana, cultural e de idade. A visão da cidade de São Paulo estão
nas obras das artistas Cristina Carbone com a obra Vista aérea do Mosteiro de
São Bento, na obra vista da Sé de Renato Palmuti e na obra de Adinéia Batatinha
com a Capela de São Miguel Arcanjo. Os bichinhos também fazem parte da produção
de artes visuais, cachorros e gatos são temas constantes na mostra e nesse ano
não poderia ser diferente. A obra Meu
Amigo Toby, o artista Hidebaldo Lima Costa retrata seu cachorro de estimação e
na alegre obra Os Amigos do artista Padro Vargas, com uma pintura onde um
menino abraça um cão amarelo.
Claro
que tenho que falar da arte Naïf, pois ela está em todo lugar e na mostra temos
três artistas. A artista Emma Bianchini participa com a obra A Vida é Bela, o
artista André Cunha com a obra A 1ª Missa, onde tudo começou, obra em que vemos
um bel Omar verde, e por ultimo Ivam Torres com a obra frutos da imaginação.