FRONTISPÍCIO DAS ARTES

A arte começa onde a imitação acaba. Oscar Wilde

domingo, 29 de agosto de 2010

reportando os valores

Artes plásticas
"Convidar os artistas por e-mail é o mesmo que dar tapinha nas costas
José Antônio de Morais

O J.A.M. estava andando pelo centro de Mogi das Cruzes e, ao passar em frente à casa de Inocêncio Candelária, notou que a porta estava aberta e os cômodos vazios. Resolveu entrar para dar uma olhada. No chão, estava o arquivo que tanto ele me mostrava sobre os poetas, livros, anotações, cartas, jornais encapados, souvenirs de guerra dos pracinhas, manuscritos, tudo estava amontoado como lixo contra a parede. Tirei uma foto, gastei dinheiro, sola de sapato e saliva, e não consegui salvá-los.
O Lúcio Bittencourt, em suas compras pelos ferros-velhos da cidade, encontrou, certa vez, medalhas, placas, troféus, bibelôs comemorativos do intelectual mogiano Isac Grinberg, que haviam sido vendidos ao comprador.

Como deve ser fria a grama do chão nos invernos chuvosos dos mogianos nos dias de hoje?
Ao ler a nota da contracapa do jornal, pensei que o fantasma do Idalício estivesse participando das licitações na Câmara Municipal, mas era o filho dele...

Mauricio Chaer volta a falar do Centro Cultural para as câmeras de televisão. "A louça suja vai se acumulando e no final não apareceu ninguém para lavar."
Citou Chavedar como testemunha dos nossos sonhos de artistas plásticos.
Ivone Marques, mais uma vez, empresta a sua voz para a classe artística e rompe o silêncio intelectual desta cidade e fala da importância dos centros culturais na vida dos cidadãos e o desenvolvimento profissional das artes.
O Frontispício, grupo de artistas plásticos, poetas e escritores, desde o aniversário de Mogi do ano passado, não teve espaço, nada para os artistas, que já estavam em ritmo de comemoração dos 450 anos, planejando expor no Centro Cultural de Suzano em resposta à frase que inaugurou o mandato: "Se você quer Centro Cultural, vai para Suzano, lá tem!". Na antiga Grécia, os demagogos eram aqueles que davam pão e circo ao povo.

Em 2001, a Associação dos Artistas Plásticos de Mogi, em protesto, realizou a "I Bienal de Artes do Alto Tietê" em um cemitério vertical no "Memorial do Alto Tietê", localizado entre Mogi e Suzano.

Dez anos se passaram, desde o lançamento da Bienal, e agora vem aí a "IV Bienal". Mas, ainda, à espera do sonhado Centro Cultural, infelizmente o evento vai ser realizado em outro espaço.
Dez anos se passaram, desde que a Associação dos Artistas Plásticos de Mogi convidou o artista plástico Barros, o Mulato, para participar do encontro com o secretário de Cultura e toda a classe artística. Durante o projeto "Panorama Cultural Boygiano" falamos com o prefeito, presidente da Câmara, vereadores e assessores e cabos eleitorais para que gravassem o depoimento humano de pessoas que nasceram no início do século XX e são a memória viva de nosso processo histórico cultural.

A memória de Antônius Joséphus Marias van De Wiel cabe à AMAV, ao Frontispício, ao Grupo Amigos na Arte, porque fala-se que o ateliê onde nasceu a AMBA será vendido e a família vai embora para São Paulo e quem quiser se preocupar com nossa história...

Em 2003, o Nerival e a Cida nomearam vários diretores para a montagem do Salão Pré-Bienal de Artes do Alto Tietê, que foi realizado no estacionamento do D´Avó Hiper de Mogi.

Ligamos para o Kikko de Mello e o convidamos para participar da associação e da Bienal, e ele se limitou a dizer que "gosto muito da AnaMarB" (...)
O grupo de artistas plásticos que lutou para tirar o artista plástico da sarjeta, praças, halls de entradas, saguões, corredores, escolas, universidades, bancos, bares, boates, boutiques, hospitais, restaurantes e pizzarias .

Depois de mais de 500 exposições dos grupos coletivos de artes plásticas de Mogi, vão comemorar a "Cidade Histórica com M´Boiji" no corredor de expansão do Mogi Shopping
sobre cavaletes e um catálogo de anúncios.

Nerival garante que a "IV Bienal" vem aí sem fronteira para as Artes.


J.A.M - josé Antônio de Morais é artista plástico e colabora com o Mogi News.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

II TIETEÍSMO EM SUZANO



Do dia 04 de setembro de 2010 será abertura do II tieteísmo em SUZANO no CENTRO CULTURAL na Rua Bejamin Constant,682.
Tietê,
1100 km de extensão,
77000 km2 de terras drenadas por sua bacia,
1/3 (quase um terço) da área total do Estado de São Paulo
204 municípios ligados por sua bacia.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Bienal de Naifs do Brasil em Piracicaba


Foto de Enzo Ferrara

imagem: Preparativo para a abertura da Bienal em 19 de Agosto de 2010.

Para quem quiser visitar a exposição de Naifs do Brasil, ela foi montada no SESC PIRACICABA, que fica na rua Ipiranga, 155, Centro, Cep: 13400-480, fone (019) 3437-9299
Para chegar de ônibos, o visitante deve se dirigir ao terminal rodoviário do Tietê - que terá acesso pela estação do Metrô Portuguesa Tietê. ira gastar R$68,00 com a passagem ida e volta.
Vale a pena visitar a exposição pois nela estão reunidos os trabalhos dos mais talentosos artistas naifs do brasil, com tematica que vai do humor, festas populares, folclore, até a temas mais sérios e polemicos como a Pedofilia, os perigos que rondam a infância, a parada Gay de São Paulo, a dificil viagem dos migrantes nordestinos.

Giro Cultural - Piracicaba


Foto de Enzo Ferrara

Imagem: Escola Estadual Barão do Rio Branco

Ano:2010

Giro Cultural - Piracicaba


Foto de Enzo Ferrara

Imagem: Palheta com pinceis no Prédio da Hospedaria

Ano:2010

Giro Cultural - Piracicaba


Foto de Enzo Ferrara

Imagem: Restaurante e Hospedaria em Piracicaba

Ano: 2010

Giro Cultural - Piracicaba


Foto de Enzo Ferrara

Imagem : Bar do Cruzeiro em Piracicaba - o Frontispicio do presio chama muito a atenção de quem passa por ali.

Giro Cultural - Piracicaba


Foto de Enzo Ferrara

Imagem: Padaria do Bom Jesus em Piracicaba

Ano:2010

Giro Cultural - Piracicaba


Foto de Enzo Ferrara
Imagem: pirura dentro da igreja de Bom Jesus do Monte em Piracicaba, curioso pois encontramos a mesma pintura na igreja matriz em Taiaçupeba

Giro Cultural - Piracicaba


Foto de Enzo Ferrara

Imagem: Igreja do Bom Jesus em Piracicaba

Ano: 2010

Giro Cultural - Piracicaba


Foto: Enzo Ferrara

imagem: Igreja matriz de Piracicaba

Ano: 2010

Giro Cultural - Piracicaba




Foto: Enzo Ferrara

Imagem: Igreja Metodista do Brasil perto do Mercadão de Piracicaba

Ano: 2010

Giro Cultural - Piracicaba




Foto: Enzo Ferrara
Imagem: Mercadão de Piracicaba
Ano: 2010








domingo, 22 de agosto de 2010

Adelaide Lawitschka Swettler/Frans Swettler/João Ruíz/Enzo Ferrara/Zeti Muniz
Marineis Dias/Nerival Rodrigues/Aretusa Brandão/Linda Fuga/Nico Pereira
Marco Aurélio de Almeida/Norberto Duque/Daniel Mello/Adriana Serafim
Di Carmo/Alexandre Germano/Márcio Fernandes/Onésio Cruz/Cida Varella
Rosenil Melo/Miltom Martins/Rica Graffiti/Jan Pajú/Orlando Alves/Celia Boratto
Vagner Zaramello/Cláudio Assis Leme/Moacyr Nery/João Castilho/Sirley Lacerda
Lúcio Bittencourt e J.A.M.
Participantes Especiais :Escritora=Elza Meirelles Chola
Teatro de Bonecos:Grupo Zapt
Cinema:Saraiva Filmes
Música:Corporação Musical Banda Santa Cecília e Companheiros do Sertão
Dança:Grupo de Cigana Filhos do Fogo
TODO ESSE PESSOAL AGUARDA VOÇE E SUA FAMILIA NO CENTRO CULTURAL DE SUZANO,RUA BEJAMIN CONSTANT,682 CENTRO - NO DIA 04 DE SETEMBRO DE 2010 DÁS 10:00 ÁS 22:00 HORAS.
SÓ ARTES DOS 01 AOS 90 ANOS E MAIS!VENHA!OBRIGADO.

ANIVERSÁRIO DO BECO DO SAPO




SETEMBRO DE 2010






  • Notícias
  • 20.set.2008 Redação
    Revitalização será entregue hoje

    CAROLINE LOPES

    Pedras de tamanhos irregulares em tons avermelhados compunham o chão. Pessoas a pé, em carroças e charretes transitavam durante todo o dia. O trajeto era percurso quase obrigatório para os comerciantes que livremente vendiam produtos no Mercado Municipal, numa época em que os negócios não eram restritos aos boxes fixos. O cenário chamava a atenção dos artistas. De onde hoje está a Rua Coronel Cardoso de Siqueira, pintores avistavam toda a estreita ladeira, desde a parte mais alta, com início na Rua Senador Dantas. Centenas de quadros foram imortalizados por pincéis tanto de munícipes como de forasteiros. Hoje, às 10 horas, será inaugurada a obra de revitalização do Beco do Sapo, hoje denominado Travessa Coronel João de Souza Machado.

    Naquele tempo, entre as décadas de 20 e 60, o local, hoje ao lado do Veran Supermercados, entre a Rua Senador Dantas e o Largo Francisco Ribeiro Nogueira (antigo 1º de setembro), apesar dos poucos metros de extensão, era um ponto estratégico para o trânsito. O Beco servia de ligação entre o Centro antigo - que gravitava entre a Rua Dr. Deodato Wertheimer, a Igreja Matriz de Santana (atual Catedral), as centenárias igrejas das Ordens Primeira e Terceira do Carmo - e o antigo Largo 1º de Setembro, onde na época havia uma feira livre. O Beco do Sapo era também caminho para a antiga biquinha do São João, fonte de água natural usada por donas de casas para a lavagem de roupas e atalho para o Mercado Municipal.

    Depois da década de 70, o piso peculiar foi substituído por paralelepípedos comuns. A Cidade cresceu e o caminho passou a ser cada vez menos usado. Tornou-se um refúgio para bêbados e mendigos, além de depósito de lixo. Houve uma época em que a degradação era tanta que o apelido de Beco do Sapo, devido à grande quantidade do anfíbio presente nas imediações, foi trocado por um outro, bastante pejorativo. O tradicional Beco era então chamado de Beco da M....

    À procura da discrição do breu que tomava o local durante as noites, embriagados e moradores de rua usavam o acesso como banheiro a céu aberto.

    No mês passado, conforme mostrou O Diário, comerciantes vizinhos e usuários ainda reclamavam da sujeira. Não havia fezes, mas o Beco, mesmo já em obras, ainda era utilizado como depósito de lixo.

    Da janela da sala de jantar da casa de taipa onde passou toda a infância, o advogado Sylvio da Silva Pires podia enxergar todo o movimento no Beco do Sapo. Por este motivo ele está muito entusiasmado com a iniciativa do Veran Supermercados, que hoje inaugura uma obra de revitalização do espaço. (Leia mais em matéria nesta página).

    "Meu pai comprou aquela casa antes de se casar. Tínhamos uma bela visão pela janela o dia inteiro. Naquele tempo não havia problemas com roubo. As janelas e até a porta da casa, de frente para a Rua Senador Dantas, ficavam sempre abertas".

    Os sapos, é claro, estavam por toda a parte. "Onde hoje é o Largo Chico Nogueira havia um imenso descampado. O Rio Negro era canalizado, mas ainda estava descoberto. Quando ele enchia, toda aquela região ficava inundada. Aí era sapo para todos os lados", recorda aos risos.

    Ainda menino, Sylvio Pires testemunhou o trabalho de vários pintores, que encantados com o cenário dispunham telas e pincéis e ficavam a observar o espaço. "Isso na época em que o chão era avermelhado, muito parecido com o que vemos em Parati, no Rio de Janeiro. Depois que trocaram o piso, pouco a pouco, tudo foi se degradando".

    No início dos anos 50, quando tinha aproximadamente 18 anos, Sylvio Pires encheu-se de orgulho ao visitar uma mostra de artes na Galeria Prestes Maia. "Reconheci a minha casa e o Beco do Sapo em um dos quadros quando estava a caminho do Vale do Anhangabaú".

    No início dos anos 70, a família Pires se desfez do imóvel. "Quem comprou não demoliu logo. Mas a estrutura da casa foi minando até o telhado desabar, no início dos anos 80. Ficou apenas as laterais", recorda o advogado, hoje com 76 anos.

    Paulo da Silva Pires, 79 anos, irmão de Sylvio, foi outro a passar a infância no Beco do Sapo. "Nossa casa tinha um portão de madeira que dividia o quintal e o beco. Lembro que meu tio e avô guardavam ali mercadorias que seriam levadas ao Mercado Municipal. Vendedores de pinga tinham de recolher imposto e minha mãe, ali naquela casa, fazia os cálculos, que eram levados a Coletaria do Estado. Tudo era na base da confiança. Não havia fiscalização", recorda.

    Pires fala da emoção em ver o beco revitalizado. "Fico feliz em ver que o espaço está sendo cuidado. Ele fez parte das nossas vidas. Ainda que descaracterizada, a nossa casa permanece lá. O Beco oficialmente até leva o nome de meu avô, pai da minha mãe. Eu não cheguei a conhecê-lo, mas lembro que ele era tenente-coronel e morreu em Mogi".








    quarta-feira, 18 de agosto de 2010

    Novo Símbolo do grupo de arte Frontispício


    Cada Estrela Representa uma arte
    1. A Estrela Branca as Artes Plásticas
    2. A Estrela Vermelha representa a Literatura
    3. A Estrela Roxa a Arquitetura

    Juntas estas tres estrelas da Arquitetura, Artes Plásticas e Literatura representam as bases do Frontispício, pois são tão unidas que uma não pode existir sem as outras.

    4. A Estrela Laranja representa a Dança
    5. A Estrela Amarela o Teatro
    6. A Estrela Preta o Cinema
    7. A Estrela Verde a Fotografia
    8. A Estrela Azul a Música

    O logo tipo foi criado com muito carinho, e representa bem o sentimento dos artistas do grupo, pois tentamos acolher a todos.

    Enzo Ferrara

    terça-feira, 17 de agosto de 2010

    Artistas que irão participar da 2ª Expo Tieteísmo 2010 em Suzano


    Lista de Artistas Plásticos que irão participar da 2ª Expo Tieteísmo 2010.

    Adelaide Lawitschka Swettler
    Frans Swettler
    João Ruíz
    Enzo Ferrara
    Zeti Muniz
    Marineis Dias
    Nerival Rodrigues
    Aretusa Brandão
    Linda Fuga
    Nico Pereira
    Marco Aurélio de Almeida
    Norberto Duque
    Daniel Mello
    Adriana Serafim
    Di Carmo
    Alexandre Germano
    Márcio Fernandes
    Onésio Cruz
    Cida Varella
    Rosenil Melo
    Miltom Martins
    Rica Graffiti
    Jan Pajú
    Orlando Alves
    Celia Boratto
    Vagner Zaramello
    Cláudio Assis Leme
    Moacyr Nery
    João Castilho
    Sirley Lacerda
    Lúcio Bittencourt
    J.A.M

    Participantes Especiais

    Escritora:
    Elza Meirelles Chola

    Teatro de Bonecos:
    Grupo Zapt

    Cinema:
    Saraiva Filmes

    Música:
    Corporação Musical Banda Santa Cecília
    Grupo de Música Caipira Companheiros do Sertão

    Dança:
    Grupo de Dança Cigana Filhos do Fogo

    Estão Representadas na Exposição as cidades de São Paulo, Mogi das Cruzes, Poá, Biritiba mirim, Ferraz deVasconcelo e Suzano.

    Levaremos para a Exposição: Artes Visuais, Dança, Música, Poesia e Teatro.

    quarta-feira, 11 de agosto de 2010

    Exposição no Beco do Sapo no dia 07 de Agosto de 2010

    Foto de Enzo Ferrara
    Data: 07/08/2010
    Congestionamento de Carrinhos de supermercados revelando a Mogi das Cruzes do Século XXI

    Artista plastico em destaque na segunda fase da Exposição Caminhos do Cotidiano 2010

    Foto de Enzo Ferrara
    Imagem : da esquerda para direita Linda Fuga, Nerival Rodrigues e Aretusa B. B.

    quarta-feira, 4 de agosto de 2010

    Contos da Escritora Elza Meirelles Chola

    Este conto sem dúvida é o meu preferido, é tão tingido de cor local e ao mesmo tempo fala de um tema universal, me emocionou, tanto que pretendo pintar um quadro desta história, é como se essa senhora fosse a minha mãe.

    Enzo Ferrara

    A Mãe

    Como nos anos anteriores, levantou-se cedo, com indisfarçável alegria. Era mais um Dia das Mães...Pensou com saudade nos quadro filhos, todos casados e que tinham procurado seus rumos, distanciando-se dela.
    Dobrou o velho colchão de capim, (mais pó do que capim) e bateu-lhe algumas vezes,
    afofando-o. Depois esticou-o novamente e cobriu com lençóis remendados e a colchinha de retalhos.
    - “Acho que o Raimundo, vai me dar um colchão novo”...
    Após lavar o rosto , penteou os cabelos ralos e brancos e trançou-os, com o era hábito.
    Preparou seu chá, que tomou molhando o pão velho.
    Há muito que sentia vontade de tomar aquele chá com leite, mas, a minguada mesada que recebia do finado marido, não lhe permitia esse luxo... E seguiu pensando:
    - “Quando o Arnaldo chegar, eu peço prá ele comprar... ele cai me comprar”...
    Foi até a janela de seu quartinho nem sabia quantas vezes. Ajeitou o Xale todo furado e pensou ansiosa:
    -“A rosa é capaz de me dar um xale novo”...
    Cansada, sentou-se à beira da cama e olhou para os pés.
    Como estavam gastas e rasgadas as suas alpargatas...
    -“A Mariana vende na feira, acho que me trará uma alpargata nova”.
    Passou a hora do almoço e a tarde encontrou-a debruçada tristemente à janela, mas, ainda tinha um reto de esperança...
    Como nos anos anteriores, quando a noite desceu, fechou a janela sentindo a amarga decepção: - Os filhos não viriam mais.
    Sem vontade de se alimentar, deitou-se silenciosamente, enquanto murmurava à si mesma, repetidas vezes:
    -“Eles não puderam vir, coitadinhos...não puderam... não estou triste com eles... não estou triste com eles”...
    Mas chorava sentidamente!

    Contos da Escritora Elza Meirelles Chola

    O Pai caiu... Mas, o Filho...

    Eleutério, fora vítima, certa vez, do conto do vigário. Fazia muito tempo, mas não esquecia e, fazia questão de contar aquele fato aos filhos, para que nunca caíssem de desprevinidos, como ele caíra.
    Tonho, o filho mais velho, antes de ir à cidade, costumava ouvir do pai:
    - Cuidado com os malandros que passam o conto na gente. Muito cuidado, filho.
    Ao que o rapaz respondia, cheio de empáfia: - Que nada , pai. O senhor caiu, mas eu não caiu. Eu, Heim?
    ....
    ...
    Naquele dia, seguindo em direção ao Banco, onde iria depositar as economias do velho, Tonho viu-se abordado por um simpático padre, bastante idoso, com ar bondoso e sotaque de estrangeiro, que lhe perguntou se era católico, o que confirmou.
    Disse-lhe o padre amavelmente, que notara nele um bom cristão, por isso recorreria a ele para pedir aquele favor: - receber por ele, o dinheiro daquele bilhete premiado, que mostrava ao rapaz, pois, aos padres é proibido qualquer tipo de jogo e, se quisesse ficar com o bilhete dando alguma coisa em troca, seria de grande valia para os pobres de sua paróquia e, Deus Lhe haveria de dar em dobro.
    Cheio de vaidade e boa intenção, tonhop decidiu-se por ajudar o santo homem. Deulhe tudo que iria depositar, certo de que receberia na Caixa Econômica, Quantia muito mais elevada e, então voltaria ao Banco, onde depositaria tudo.
    Quando conferiram o bilhete na Caixa, informaram-no de que tinha valor algum.
    Louco, desesperado, entendeu que havia caído no famosíssimo conto!
    Andou, andou pela cidade e nada de ver o “santo” homem!
    Fez queixa na delegacia, onde foi duramente repreendido por ter caído numa farsa tão conhecida:
    - Será que você nunca ouviu falar nessa de conto do vigário? Arre!
    Então, o rapaz, envergonhado, lembrou-se dos conselhos do seu velho pai...
    O pai caiu... mas o filho....Também...

    Elza Meireles Chóla (20 mini-contos, irreais mas não impossíveis – 1988)

    Poesias da escritora mogiana Elza Meirelles Chola

    Linda Mogi

    Mogi das Cruzes, pareces
    à noite, vista de longe
    linda jóia cintilante
    de brilhantes, incrustada.
    Adorno da deusa verde:
    - A serra do Itapei !
    mal se dissolvem as sombras
    ao despertar nova aurora
    teu palpitar é vibrante.
    Tudo é vida, animação...
    nas chaminés do progresso
    a labor... a produção...
    És constante no trabalho
    que chama os filhos teus.
    Teu movimento é incessante
    Vida de cidade aberta.
    Todas as classes se agitam,
    desde a operária a caseira.
    E às casses estudantis!
    E a cidade, um coração
    que guarda, embora contida
    pela serra, uma paixão:
    - Sua Itapeti, querida!
    E é teu povo glorioso
    que radiosa conduzes,
    que te diz, neste teu dia:
    - Parabéns, Mogi das Cruzes!

    Elza Meireles Chóla

    Poesias da escritora mogiana Elza Meirelles Chola

    Vã Procura

    Alma gêmea, onde estás?
    Por que te escondes?
    A quem procuro, afinal?
    Posso de Amor te chamar?
    Nos desencontros da Vida,
    No Desvanecer
    De um sonho lindo...
    Quem sabe, se já nos vimos
    Num recanto qualquer
    Nas brumas do passado...
    Sei que Existes.
    E que sabes de mim...
    A esperança me diz
    Que devo na busca insistir...
    Alma gêmea,
    Vem me ver.
    Nem que seja no futuro
    Para Feliz...
    Eu morrer.


    Elza Meireles Chóla

    Poesias da escritora mogiana Elza Meirelles Chola

    Drama (Soneto Alexandrino)

    Filha má, rancorosa, um dia disse aos pais:
    - Já sou emancipada. Agora mando em mim.
    Decidi:-Vou-me embora. Aqui não fico mais.
    - Vou ter felicidade e liberdade, enfim!

    Ignorando a tristeza, não ouviu os ais.
    Nem reparou nas lágrimas da mãe, assim
    Dizendo: - Nesta casa, não volto jamais!
    Saiu pisando as pobres flores do jardim.

    Pagando a triste sina, andou por trilhos.
    Voltou a casa antiga, e arrastando os filhos.
    Derrotada. Vencida. Queria o Perdão.

    Cruel realidade! Seus pais haviam morrido.
    Chorou. Sentiu remorso. Nunca havia sentido.
    Quando quis redimir, recebeu decepção

    Elza Meireles Chóla

    biografia da Poeta Elza Meirelles Chola



    Elza Meireles Chóla

    A Escritora Elza Meirelles Chola nasceu em 12 de junho de 1927 no bairro da Liberdade em São Paulo, filha de José Adelino Ferreira Meirelles e Maria do Espírito Santo Meirelles.
    Quando jovem a escritora fez o curso das primeiras letras no grupo escolar “São José,” do Ipiranga em São Paulo, após esse curso estudou sozinha lendo bons livros.
    Elza Meirelles Chola reside em Mogi das Cruzes desde 1939, cidade que inspirou a artista a escrever sobre suas belezas.
    Escritora, Poetisa, Trovadora, Sonetista, Haicaista, Cordelista, Compositora e Artista Plástica, alias algo pouco conhecido de seus leitores. Os trabalhos de Artes Plásticas de Dona Elza, como é chamada carinhosamente pelos amigos, são classificados como desenho Gestalt, que é uma teoria da psicologia que considera os fenômenos psicológicos como um conjunto autônomo, indivisível e articulado na sua configuração, organização e lei interna.
    O Gestalt tem como fundamento a idéia que o todo é mais do que a simples soma de suas partes. Essa técnica permite a visualização de imagens onde muitas pessoas não as vêem, “é como brincar de formar figuras com as nuvens,” sendo que a Escritora vê imagens no chapisco do telhado, em manchas e rachaduras das paredes, que reproduz em desenhos, cujo resultado é fantástico.
    São mais de mil trovas escritas por Elza Meirelles Chola, alguns de seus trabalhos foram publicados em diversos jornais, não apenas da região do Alto Tietê, mas também em outros estados do Brasil e no jornal “A Voz de Portugal” em Portugal, onde manteve correspondência com intelectuais por vários anos.
    Super premiada a artista possui 17 medalhas de honra ao mérito e três troféus, todos conquistados ao longo de sua brilhante carreira. Merece destaque os prêmios de honra ao Mérito de 1971, o 3º Lugar de Crônica de Poá conquistado em 2003, o Prêmio Literário de Mogi das Cruzes de 1973, Prêmio Literário de Suzano de 1979, e o de Honra ao Mérito do SESC de Santo Amaro em São Paulo de 2003.
    Elza Meirelles Chola escreveu varias séries, como a de Humor, Sertaneja, Patriota, Escolar, de Acrósticos, infantil – Coleção Carinho e Religiosa, sendo os dois últimos muito popular entre seus leitores, principalmente de Mogi das Cruzes. Escreveu também quatro romances inéditos como “Tempestade sobre o amor, Amor de duas Vidas, O segundo amor e A casa das Mulatinhas.”
    Em 2 de Abril de 2009 fez uma exposição de sua produção no CECAP em Mogi das Cruzes, sendo essa a sua primeira exposição individual.
    Dona Elza tem sua filha Nancy Meirelles Chola, como sua melhor amiga e a maior incentivadora e fã de seus trabalhos.
    Com 83 anos de idade a Escritora continua produzindo outros trabalhos como: Haikais, trovas, Poemas, Sonetos, Letras de Música, historias infantis e desenhos. Sem duvida a Artista Elza Meirelles Chola é um orgulho não apenas para a Cidade de Mogi das Cruzes dos 450 anos, mas para toda a região do Alto Tietê.

    Veja alguns dos jornais e publicações que já publicaram obras de Elza Meirelles Chola:

    Folha Espírita: São Paulo
    Poietiké: Diniz Félix dos Santos – Brasília D.F.
    Navegando nas Poesias – 2004
    Folha do Subúrbio: Camaçari – Bahia
    O Patusco: Caucaia – Ceará
    Cone Literário: SESC Santo Amaro – São Paulo
    Conto Vivência – 2003
    Conc. Nac. Poesia – Ponta Grossa – Paraná – 1995
    A Comarca de Suzano 1974 – Atual Diário de Suzano.
    Atualmente no Diário de Mogi das Cruzes, Folha do Veran e Mogi News.
    Texto escrito por Enzo Ferrara

    Fonte de Pesquisa: Biblioteca municipal de Mogi das Cruzes/ trecho do texto de Paulo Pinhal, curador do CECAP/livro Coletânea Mogiana de José Veiga/ Livro Coletânea Mogi das Cruzes 1969,/ Livro coletânea Os raios de Sol de Geraldo Moraes - 1991/ Livro Encantamento de Elza Meirelles Chola – 1970/ Livro Trovas Amigas de Elza Meirelles Chola – 1972 e material gentilmente oferecido pela escritora Elza Meirelles Chola.

    Ataulfo Alves e Noel Rosa


    O cantor Mateus Sartori presta homenagem ao centenário de nascimento de dois ícones do samba, os compositores cariocas Ataulfo Alves e Noel Rosa, com show, dia 5, às 21h, no Teatro Zanoni Ferrite, recém-inaugurado nas dependências da Biblioteca Paulo Setúbal.

    Intitulada Leva meu samba, uma referência à canção de Ataulfo, a apresentação reúne sucessos como Com que roupa e Feitiço da Vila, de Noel Rosa; Ai que saudade da Amélia e Sei que é covardia, de Ataulfo Alves. Sartori inclui, ainda, parte do repertório de composições de Dorival Caymmi como Eu não tenho onde morar e Rosa morena. Em 2007, o cantor gravou o CD Dois de fevereiro, totalmente dedicado à obra de Caymmi.

    Formado em arquitetura, canto erudito, popular e regência, Sartori participou de dois projetos em homenagem a Ataulfo e Noel, produzidos por Thiago Marques e, que, faz turnê de lançamento neste ano.

    Acompanham, neste show, os músicos Zé Barbeiro (violão 7 cordas), Henrique Araújo (cavaquinho), Alexandre Ribeiro (clarinete) e Douglas Alonso (percussão).

    Ainda neste ano, o cantor lança mais uma homenagem, desta vez, a diversos artistas, estilos e sonoridades, com o CD Franciscos na voz de Mateus Sartori. Terceiro trabalho de sua carreira, o álbum é resultado da pesquisa desenvolvida por ele desde 2008, sobre as obras de Chico Anysio à Chico Buarque, do sambista Chico da Silva ao paraibano Chico César e do mais antigo Francisco Mattoso ao mais novo Chico Saraiva.

    Serviço: Teatro Zanoni Ferrite. 195 lugares. Av. Renata, 163, Vila Formosa - Zona Leste. Tel. 2216-1520. Dia 5, 21h. Grátis (retirar ingresso uma hora antes)

    Inscrições para a 2ª Expo Tieteísmo 2010 em Suzano

    Criada pelo artista plástico Enzo Ferrara em Setembro de 2008 a Expo Tieteísmo, vem dar nome a toda produção cultural da grande região do "Alto Tietê", daí vem seu nome.
    A região do Alto Tietê fica ao lado de São Paulo, onde acontecem grandes exposições, apesar da proximidade com a capital do Estado, o Alto Tietê tem suas personalidade própria e isso se reflete nas produções culturais.
    A partir dos anos 2000 a produção nas artes plásticas foi tão grande que surgiu a Bienal do Alto Tietê, que até o ano de 2010 teve três edições, porém ninguém havia dado o nome ao tipo de arte produzida na região, para justificar uma Bienal.
    Hoje o termo Foi registrado em três importantes instituições e passa a ser oficial, sendo compreendido as produções culturais dos anos 90 do Século xx como “ Pré Tieteísmo” e a partir de 2001 com a primeira edição da Bienal do alto Tietê como Período Tieteísta.

    A segunda Expo Tieteísmo 2010 em Suzano, vai acontecer de 04 a 25 de Setembro de 2010, no Centro de Educação e Cultura Francisco Carlos Moriconi, na rua Benjamin Constant, 682, Centro de Suzano - SP, com entrada Franca.

    Pode participar Artistas que vivem na Região do Alto Tietê com Esculturas e Pinturas.

    Os interessados devem entrar em contato com a secretaria de Cultura de Suzano pelo telefone:

    (011)4747.4180/4759.2304 - Vanessa ou Iberê

    No caso dos Artistas que vivem em Mogi das Cruzes, devem entregar suas obras no " Ateliê do Zeti Nuniz", localizado na Rua Senador Dantas, 572, Centro de Mogi das Cruzes, ou entrar em contato pelos telefones:

    (011)9543.3594 - Enzo Ferrara
    (011)4798.1449 - Zeti Muniz

    Obs: Os participantes podem levar até 5 Obras;
    Não Haverá Seleção, dando oportunidade para que todos possam participar, até mesmo quem está iniciando nas artes.
    Os Artistas devem Levar junto da sua obra os seguintes dados:
    Nome do Artista, título da obra, Dimensão, Técnica e telefone para contato e uma cópia de comprovante de residência.

    As Inscrições são gratuitas e vão até o dia 02 de Setembro de 2010