Dez artistas tiveram seus projetos selecionados para participarem da “Expo MogiArte”, projeto idealizado com o objetivo de valorizar os talentos do segmento das artes visuais. As exposições acontecerão durante o ano, uma por mês, e serão instaladas em um dos três espaços culturais disponibilizados: o Ciarte, o Terminal Central ou o hall de entrada da Prefeitura de Mogi.
Uma comissão formada por profissionais da Secretaria de Cultura analisou os projetos inscritos de acordo com os critérios estabelecidos em regulamento próprio, devidamente divulgado. Dentre os trabalhos selecionados encontram-se esculturas, desenhos e pinturas em tela utilizando diversas técnicas.
Cada artista receberá incentivo financeiro no valor de 1.500 reais, mais a confecção de convites e banners, além de material de apoio, como cavaletes e biombos.
CLASSIFICADOS
AnaMarB,Duque,Jorge Solyano,Juliaro e Silvia de Simone,Lídia Costa,Linda Fuga,Nerival Rodrigues,Rodrigo Tattoo,Tansi e Umberê.
Obs:Não existem participações de grupos,porque será?A união dos artistas atrapalha?ou qualquer equipe formada por profissionais?
Nossa união fica cada vez mais missão impossivel,mas teremos sempre "o bloco" dos separados mais juntos.
sábado, 25 de fevereiro de 2012
segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012
BUSCANDO CAMINHO
Cecap Pinhal
O Vereador Jolindo se ofereceu para protocolar e agendar com o gabinete a audiência com o Prefeito Marco Aurélio Bertaiolli para tratar o assunto do Museu de Artes de Mogi das Cruzes. Solicitamos a todos aqueles que compartilham com a idéia do Museu e querem dar sua contribuição de cidadão, que compar...eçam as 14h00 na Câmara Municipal, no Gabinete do Vereador Jolindo, para que possamos fazer o encaminhamento da Proposta com quase 200 páginas sobre o Museu de Artes de Mogi. Agradecemos a iniciativa do Vereador Jolindo e torcemos pela brevidade da audiência.
Ola Pessoal,estou postando para agradecer a todos que se manifestaram pela criação do Museu de Artes de Mogi das Cruzes.quarta feira, as 16h00 estaremos protocolando a proposta para a realização deste sonho junto a Prefeitura Municipal.
Estaremos solicitando uma audiência com o Prefeito Marco Aurélio Bertaiolli, para que em conjunto possamos dar prosseguimento a idéia.
Obrigado, e quem puder compareça.
Quem tiver interesse em ver a proposta que será apresentada é só baixar pelo link http://www.sendspace.com/file/tbhqi0 .
sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012
Secretaria lança projeto “MogiArte”
Os artistas plásticos da Cidade sempre reivindicaram à administração pública mais atenção ao setor. De acordo com a classe, de modo geral, faltavam ações efetivas de reconhecimento e divulgação do trabalho deles. Por isso, ontem, a Secretaria Municipal de Cultura realizou uma reunião com alguns representantes do segmento a fim de apresentar três propostas para serem colocadas em prática nos próximos meses
Durante o encontro, todos puderam explanar suas opiniões e, ao que tudo indica, houve um acordo entre as duas partes.O primeiro projeto apresentado pelo secretário da Pasta, José Luiz Freire de Almeida, é o ‘Pintura ao Vivo’. A iniciativa propõe que os artistas plásticos compareçam à Praça Norival Tavares, na Vila Oliveira, e confeccionem, ‘na hora’, seu trabalho. No espaço ainda haverá uma urna, onde o público poderá depositar seu voto, ou seja, escolher a peça que mais lhe agrada. "A que receber mais votos será adquirida pela Prefeitura", mas o valor não deve ultrapassar R$ 500,00. "É claro que tem peças que valem mais, mas precisamos chegar a este acordo", pondera o secretário.Outra novidade anunciada pela Secretaria foi a abertura de edital para exposições no Centro de Cidadania e Arte (Ciarte), no prédio da Prefeitura e no Terminal Central, o "Expo-Mogi Arte". O regulamento deve ser publicado hoje no site da Pasta www.cultura.pmmc.com.br. A ideia é que 10 projetos sejam aprovados e a mostra fique em cartaz durante os 15 primeiros dias de cada mês. Pode ser coletiva ou individual. "O restante do mês fica em aberto para outros artistas, de repente, de fora da Cidade", comenta Almeida, lembrando que a proposta escolhida ainda receberá verba no valor de R$ 1,5 mil.O último evento discutido na reunião foi o Salão de Artes Plásticas, em setembro. A atividade receberá obras do Brasil inteiro e contará com júri especializado na área. Na realidade, os detalhes ainda estão sendo fechados e, ao que parece, a Secretaria contará com o auxílio de alguns artistas. Lúcio Bittencourt e Mauricio Chaer destacaram a importância de se definir o estilo que a iniciativa irá abranger. "É loucura não estabelecer isso antes. Eu e o Chaer, por exemplo, já participamos de muitos salões e é sempre relacionado à arte contemporânea", expôs Bittencourt.
Chaer concorda. "É preciso ter este cuidado na hora de organizar".
Além dos dois, também estiveram presentes no encontro Ana MarB, Jorge Solyano, Nerival Rodrigues, Adelaide Lawitscka Swettler, João Castilho, entre outros. "Mogi está muito atrasada. Já ouço há muito tempo que projetos serão feitos", comentou Castilho. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone 4799-4040. O Ciarte está localizado na Rua Doutor Ricardo Vilela, 69, Centro.
quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012
MOGIARTE
A classe artística mogiana passará a ter mais visibilidade com as novidades anunciadas pela Secretaria de Cultura de Mogi das Cruzes. Em entrevista coletiva dada à Imprensa na última quarta-feira, o secretário da pasta, José Luiz Freire de Almeida, anunciou um novo projeto para os artistas plásticos da cidade, o "Mogiarte". O programa receberá inscrições desses profissionais e dez deles serão selecionados. Estes, por sua vez, receberão um apoio para expor as suas obras, além de contar com um espaço para a mostra, o selecionado ganhará um incentivo no valor de R$ 1.500para eventuais despesas. A exposição ocorrerá na primeira quinzena do mês em um dos três espaços cedidos pela Secretaria de Cultura: o Ciarte, o Hall da Prefeitura ou o Terminal Central. A partir de março, o público já pode conferir alguns trabalhos nesses lugares. Os representantes das artes plásticas do Alto Tietê ficaram satisfeitos com a novidade anunciada. A artista plástica Adelaide Swettler, que esteve presente na reunião, elogiou a iniciativa. "Há muito tempo nós esperamos oportunidades, como a apresentada pelo secretário. Um reconhecimento desses só vem para acrescentar coisas boas para a nossa carreira", disse. Ainda dentro do projeto "Mogiarte", a pasta irá realizar o "Pintura ao Vivo", que ocorrerá uma vez por mês, sempre aos sábados, das 10 às 15 horas, na praça Norival Tavares. A exposição é aberta ao público em geral e tem como objetivo oferecer mais uma oportunidade aos artistas para que eles possam exibir os seus quadros, esculturas, fotografias, dentre outros projetos. Em cada mês uma obra de arte vai ser escolhida por um júri popular e o trabalho vencedor será adquirido pela Secretaria de Cultura no valor de R$ 500. De acordo com as regras, para a expo "Mogiarte" o artista precisa apresentar um projeto de acordo com o regulamento, que já está disponível no site da cultura: www.cultura.pmmc.com.br. Já para o "Pintura ao Vivo" os interessados devem comparecer na praça nos dias certos. "A criação desses projetos se deu a partir de conversas com os próprios artistas da cidade. Foram criados para que haja um melhor reconhecimento dos trabalhos feitos por essa classe profissional. Nestes quatro anos de gestão, a população de Mogi ganhou muito mais opções de cultura", destacou José Luiz Freire de Almeida.
Projetos futuros
A Secretaria de Cultura já definiu o cronograma de atrações até o fim do primeiro semestre. Eventos tradicionais, como o Festival de Inverno Serra do Itapety, permanecem na agenda. Porém, novas atrações prometem agitar o cenário cultural mogiano, como o "Vira Mogi", uma virada cultural com 12 horas ininterruptas de atividades culturais feitas por artistas da cidade. Está programada para o dia 19 de maio. Outro projeto importante é a Feira de Livros, que será realizada no Largo do Carmo no dia 12 de abril. Para que isso seja possível, a Secretaria de Cultura está entrando em contato com as principais editoras. Neste ano, os mogianos vão ter motivos de sobra para sair de casa.
Projetos futuros
A Secretaria de Cultura já definiu o cronograma de atrações até o fim do primeiro semestre. Eventos tradicionais, como o Festival de Inverno Serra do Itapety, permanecem na agenda. Porém, novas atrações prometem agitar o cenário cultural mogiano, como o "Vira Mogi", uma virada cultural com 12 horas ininterruptas de atividades culturais feitas por artistas da cidade. Está programada para o dia 19 de maio. Outro projeto importante é a Feira de Livros, que será realizada no Largo do Carmo no dia 12 de abril. Para que isso seja possível, a Secretaria de Cultura está entrando em contato com as principais editoras. Neste ano, os mogianos vão ter motivos de sobra para sair de casa.
quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012
EXPO EM SANTO ANDRÉ(ABC)
Museu de Santo André Dr. Octaviano Armando Gaiarsa
Rua Senador Fláquer, 470 – Centro – Santo André
(11) 4438-9111 (administração) e (11) 4436-3457 (biblioteca)
E-mail: museu@santoandre.sp.gov.br
Estacionamento para visitantes: Rua Dona Gertrudes de Lima, 499 - Centro
Entrada gratuita
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Rua Senador Fláquer, 470 – Centro – Santo André
(11) 4438-9111 (administração) e (11) 4436-3457 (biblioteca)
E-mail: museu@santoandre.sp.gov.br
Estacionamento para visitantes: Rua Dona Gertrudes de Lima, 499 - Centro
Entrada gratuita
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terça-feira, 7 de fevereiro de 2012
REVOLUÇÃO NA BAHIA - ARQUIVO DIGITAL - REVISTA O CRUZEIRO 1951
EM 1947 A “ARTE MODERNA” FAZ SUA PRIMEIRA APARIÇÃO NA BAHIA, USANDO DE UM ESTRATAGEMA PARA NÃO CHOCAR O PÚBLICO.
ORIGEM: REVISTA O CRUZEIRO / 7 DE JUNHO DE 1951
TEXTO: ODORICO TAVARES
FOTOS: PIERRE VERGER
IMAGEM: CARYBÉ EM SEU ATELIÊR, EM SALVADOR - 1950/1951
O MOMENTO QUE RENOVOU AS ARTES PLÁSTICAS BRASILEIRAS, DANDOLHES FORÇA E PRESTIGIO ATÉ ENTÃO DESCONHECIDOS, CHEGOU TARDE À BAHIA. EM 1944, JÁ HÁ VINTE E DOIS ANOSSA SEMANA DE ARTE MODERNA, UM GRUPO DE INTELECTUAIS DESEJOU FAZER UMA MOSTRA DE PINTURA CONTEMPORÂNEA, PELA PRIMEIRA VEZ NA CAPITAL BAIANA. TOMARAM – SE ALGUNS QUADROS EMPRETADOS A COLECIONADORES, CONSEGUIRAM – SE DESENHOS E GRAVURAS DE ARTISTAS PAULISTAS E, NA BIBLIOTECA PÚBLICA EXPUSERAM – SE PELA PRIMEIRA VEZ TRABALHOS DE CÍCERO DIAS, PANCETTI, MANUEL MARTINS, LÍVIO ABRAMO, E ALGUNS MAIS. A EXPOSIÇÃO FOI CONCORRIDA, MAS SOFREU TREMENDA REAÇÃO. “AQUILO ERA DEMAIS”. UM JORNALISTA, NO DIA SEGUINTE, NO SAGUÃO DO PALACE HOTEL, FÊZ UMA “CONTRA EXPOSIÇÃO”. ARRANJOU PAPEL, TELA E TINTA E, COM MEIA DÚZIA DE AMIGOS, RABISCOU QUADROS “MODERNOS” PARA MOSTRAR QUE “AQUILO” QUALQUER UM PODERIA FAZER. O PÚBLICO DIVERTIU – SE E FICOU MAIS CONFUSO AINDA A REPEITO DA ARTE. MAIS CONFUSO E, PORTANTO, MAIS ATRASADO. ATÉ QUE, EM 1947, ESTANDO O SR. OTÁVIO MANGALEIRANO GOVERNO, ANISIO TEIXEIRA NA SECRETARIA DE EDUCAÇÃO E O CRÍTICO JOSÉ VALADARES NA DIREÇÃO DO MUSEU DO ESTADO, O ESCRITOR MARQUES REBÊLO TROUXE À BAHIA UMA EXPOSIÇÃO DE ARTE MODERNA. ARTE CONTEMPORÂNEA, DIZIA, PARA NÃO ASSUSTAR O PÚBLICO COM O NOME DE “MODERNO”, JÁ A EXPOSIÇÃO DAVA UMA BOA VISÃO PANORÂMICA DA PINTURA BRASILEIRA, COM QUADROS DE DI CAVALCANTI, BURLE MARX, GUINARD, SEGALL, SANTA ROSA, IBERÊ CAMARGO E OUTROS ARTISTAS CONVIDADOS, FORA TRABALHOS DE ESTRANGEIROS, INCLUINDO GRAVURAS DE ROUAULT, PICASSO, RENOIR, ETC. A IMPRENSA APOIOU A MOSTRA, O GOVÊRNO COMPARECEU, O PÚBLICO CONCORREU EM MASSA, AINDA MUITO DESNORTEADO.
REBÊLO FEZ TRABALHO DE APÓSTOLO: PASSOU VINTE DIAS EDUCANDO O PÚBLICO, A TODOS QUE TIZEM NADA COMPREENDER SÔBRE A EXPOSIÇÃO. FÊZ QUATRO CONFERÊNCIAS E TEVE UMA PACIÊNCIA QUE NÃO SE ESPERAVA NO ROMANCISTA DE “MARAFA”. RESULTADO: CÊRCA DE DEZ MIL PESSOAS VISITARAM A EXPOSIÇÃO, VENDERAM – SE CINQÜENTA MIL CRUZEIROS EM QUADROS E EM RESIDÊNCIA ONDE JAMAIS SE HAVIA FALADO EM PINTURA MODERNA, ENTRARAM QUADROS DE ARTISTAS CONTEMPORÂNEOS. FOI UM SUCESSO E DEIXOU RAÍZES.
JÁ MEIA DÚZIA DE INTELECTUAIS LUTAM POR UM MAIOR CONHECIMENTO DO QUE SE PASSAVA NO MUNDO E NO BRASIL, NO SETOR DAS ARTES PLÁSTICAS. POR QUE A BAHIA SE MANTINHA COMO UM REDUTO INEXPUGNÁVEL A QUALQUER CONTRIBUIÇÃO QUE VIESSE TRAZER DEBATES E ESCLARECIMENTOS EM TÔRNO DO ASSUNTO! O SR. JOSÉ VALADARES, UM DOS MAIORES CONHECEDORES DE PINTURA DO BRASIL E UM TÉCNICO EM MUSEU, BATIA – SE POR INTERMÉDIO DE SUA REPARTIÇÃO E PELA SUA SEÇÃO, NO “DIÁRIO DE NOTÍCIAS”, POR UMA AÇÃO MAIS DIRETA DO GOVÊRNO EM FAVOR DA VERDADEIRA ARTE. DOIS JOVENS ARTISTAS BAIANOS , ATÉ ENTÃO DE TALENTO AINDA NÃO DEFINIDOS, REGRESSAVAM DOS ESTADOS UNIDOS, ONDE FORAM ESTUDAR:O ESCULTOR MÁRIO CRAVO JÚNIOR E O PINTOR CARLOS BASTO.
O PRIMEIRO ESTUDOU COM MESTROVIC, O ESCULTOR IUGUSLAVO QUE VIVE EM NEW YORK, VIU, ANALISOU MUSEUS, E MUITO TRABALHOU. PROMOVEU EXPOSIÇÕES NOS ESTADOS UNIDOS E REGRESSOU DEPOIS DE DOIS ANOS, TRAZENDO UMA BAGAGEM ENORME: NUMEROSAS ESCULTURAS REALIZADAS NO ESTRANGEIRO. ESTAVA A MARCA DE SEU ESPÍRITOIRRIQUIETO, DE SEU PODER DE ANÁLISE E DE PESQUISA E DE SEU TALENTO JOVEM.
CARLOS BASTOTROUXE TELAS E UMA INFINIDADE DE DESENHOS CARTAZES, DE REVELAR UMA ARTE QUE AINDA NINGUÉM ATÉ ENTÃO SUSPEITARA. ENQUANTO ISSO OUTRO JOVEM , GENARO CARVALHO, USUFRUIA UMA GLÓRIA LOCAL, PINTANDO E VENDENDO CARO QUADROS DE ORIENTAÇÃO ACADÊMICA. A VINDA DOS DOIS JOVENS ARTISTAS COINCIDIU COM O INTERÊSSE DO GOVÊRNO EM TRAZER À BAHIA TODO ARTISTA QUE SE INTERESSASSE PELA NOSSA TERRA. NÃO SÒMENTE ARTISTAS PLÁSTICOS COMO ESCRITORES.
CONFERÊNCIAS SE SUCEDIAM, CURSOS SÔBRE ARTES PLÁSTICAS. UM GRUPO SE FORMOU E FUNDOU UMA REVISTA RENOVADORA, “Caderno da Bahia”. OS SUPLEMENTOS DOS JORNAIS , TENDO O DIÁRIO DE NOTÍCIAS, À FRENTE, COMEÇARAM A CRIAR UM MÁXIMO INTERESSE PELAS ARTES PLÁSTICAS. OUTROS PINTORES BAIANOS FORAM SUGERINDO E TODOS REJEITANDO QUALQUER INFLUÊNCIA ACADÊMICA. JENER AUGUSTO, LÍGIA SAMPÁIO, RUBEM VALENTIM E PASCOAL MAGNÁVITA.
MÁRIO CRAVO OCUPOU UM CASINO INACABADO, NO PÉ DA LADEIRA DA BARRA, E SITUOU ALÍ O SEU ATELIÊR. FOI UM ACHADO: OUTROS ARTISTAS ACORRERAM, INSTALARAM – SE E TRANSFORMOU – SE O PARDIEIRO NUMA OFICINA DE TRABALHO ÁRDUO. MÁRIO CRAVO PROSSEGUE NAS SUAS PEQUISAS: TRABALHA TODO E QUALQUER MATERIAL QUE LHE CHEGA AS MÃOS, MÁRMORE, MADEIRA, ARENITO, FERRO BATIDO, PEDRA, SABÃO. FAZ EXPOSIÇÕES QUE CAUSAM A MAIOR SENSAÇÃO; SUAS OBRAS SÃO ADQUIRIDAS, DECORA APARTAMENTOS MODERNOS; O GOVÊRNO LHE NCOMENDA UMA CABEÇA DE RUI, QUE ESTÁNO FORUM, E A PREFEITURA UM BUSTO DE VIEIRA E DE GREGÓRIO DE MATOS. EM SEGUIDA, O MUSEU DE ARTE DE SÃO PAULO PROMOVE UMA EXPOSIÇÃO SUA QUE OBTÉM SUCESSO. MÁRIO CRAVO VOLTA E PROSSEGUE NA SUA LABUTA DE ARTISTA E ARTEZÃO.
CARLOS BASTO EM PARCERIA COM UM JOVEM DE BOM GÔSTO, É ANTIQUÁRIO, JOSÉ PEDREIRA, DESCOBRE PEQUENA CASA QUE ERA DEPÓSITO DE SEMENTES, ALUGA – A E INSTALA UM BAR: O “ANJO AZUL”. DECORA TÔDAS AS PAREDES COM BELOS MURAIS , MOBILIA A CASA COM MÓVEIS ANTIGOS, PINTA CERÂMICAS, E TORNA O AMBIENTE O MAIS AGRADÁVEL DO GÊNERO EM TODO O BRASIL, CONFORME ACENTUOU O PINTOR CARLOS THIRÉ. “QUE BELEZA” EXCLAMAM TURISTAS E VIAJANTES. MUITOS BAIANOS NÃO GOSTAM DO LOCAL, INVENTAM – SE COISAS A RESPEITO E O BAR SE TORNA UM PONTO DE REUNIÃO DE ARTISTAS, INTRLECTUAIS, VISITANTES E TURISTAS. PARA AS PESSOAS SOFISTICADAS É CHIQUE IR AO ANJO AZUL. VÃO E GOSTAM. OS MURAIS DE CARLOS BASTO SÃO UM PONTO DE ATRAÇÃO, TAMBÉM UM PONTO DE EXPOSIÇÕES DE PINTURA CONTEMPORÂNEA.
ARTISTAS CHEGAM A BAHIA: CARLOS THIRÉ FAZ UMA SÉRIE EXCELENTE DE DESENHOS SÔBRE A BAHIA PARA O “GUIA DA CIDADE” QUE JOSÉ VALADARES E GODOFREDO FILHO – OUTRO GRANDE ANIMADOR – ESTÃO ESCREVENDO. TIZZIANA BONAZZOLA, DJANIRA, POTY, CARIBÉ, MARIA CÉLIA E CHAROUX FAZEM EXPOSIÇÕES INDIVIDUAIS. OS CRITICOS LUÍZ MARTINS, MURILO MENDES E MÁRIO BARATA PROMOVEM CONFERÊNCIAS COM DEBATES. SURGEM TÍMIDOS COLECIONADORES DA PINTURA MODERNA. E QUANDO O GOVÊRNO TOMA UMA DELIBERAÇÃO SURPREENDENTE: PROMOVER O SALÃO BAIANO DE BELAS ARTES, COM AMBITO NACIONAL, E PRÊMIOS NO VALOR DE SESSENTA MIL CRUZEIROS. O PRIMEIRO SALÃO FOI UM SUCESSO: TODOS OS GRANDES ARTISTAS BRASILEIROS COMPARECERAM. O PRIMEIRO PÊMIO DA DIVISÃO MODERNA FOI DADO A UM PINTOR INEXPRESSIVO E SEM NENHUMA IMPORTÂNCIA. O QUE CAUSOU DESAPONTAMENTO E CONFUSÃO NO SEIO DO PÚBLICO. MAS, JÁ O SEGUNDO SALÃO COM O MESMO SUCESSO, PREMIOU JUSTAMENTE ARTISTAS COMO GOELDI, LÍVIO ÁBRAMO, AUGUSTO RODRIGUES, ADELMIR MARTINS E RENINA KATZ; VALE A PENA RESALTAR O BOM GÔSTO E O CUIDADO DAS INSTALAÇÕES DO SALÃO BAIANO, QUE HOJE SE FIRMOU INTEIRAMENTE NOS MEIOS ARÍSTICOS DO PAÍS.
O AMBIENTE, E CADA VEZ MAIS DOMINADO PELO INTERESSE E O ENTUSIASMO EM TÔRNO DAS ARTES PLÁSTICAS. O DESENHISTA ARGENTINO CARYBÉ É CONTRATADO PELO GOVÊRNO PARA AQUI TRABALHAR UM ANO. REALIZA UM DOCUMENTÁRIO DE TREZENTOS DESENHOS SÔBRE AS FESTAS POPULARES BAIANAS, TRABALHO DE PRIMEIRA ORDEM E DE PRIORIDADE DO GOVÊRNO DO ESTADO. EXECUTA UM MURAL, NUM DOS MODERNOS EDIFÍCIOS DO CENTRO EDUCACIONAL CARNEIRO RIBEIRO, OBRA MONUMENTAL QUE ANÍSIO TEIXEIRA EMPREENDEU. REALIZA UMA EXPOSIÇÃO E SURPREENDE A TODOS PELO NÚMERO E PELA QUALIDADE DOS TRABALHOS APRESENTADOS.
POTI, O MAGNÍFICO GRAVADOR BRASILEIRO, QUE CONQUISTOU EM 1950 O PRÊMIO MEDALHA DE OURO DO SALÃO NACIONAL, É CONVOCADO E AQUI REALIZA UM CURSO DE GRAVURA PARA OS JOVENS ARTISTAS BAIANOS. O PRIMEIRO RESULTADO DÊSSE CURSO ESTÁ NO ÁLBUM DE “PONTAS – SÊCAS” DE MÁRIO CRAVO, QUE O MUSEU DE ARTE PUBLICOU. MAIS AINDA, PELA SUA PERSONALIDADE, SEU TEMPERAMENTO, CONQUISTOU A AMIZADE DE ARTISTAS E ESCRITORES E ORGANIZOU UMA GRANDE EXPOSIÇÃO DE ÁGUAS FORTES, MONOTÍPIAS, LITOGRAFIAS, PINTAS SÊCAS, ETC..., E REALIZANDO MAIS DE TRINTA TRABALHOS SÔBRE A BAHIA. O PÚBLICO TOMOU CONHECIMENTO DA GRAVURA COMO UMA ARTE DE TANTA IMPORTÂNCIA QUANTO A PINTURA. O AMBIENTE É INTEIRAMENTE FAVORÁVEL E POTI JÁ VEIO À BAHIA TRÊS VEZES EM MENOS DE UM ANO.
OUTRO QUE VEIO A BAHIA E FICOU FOI PANCETTI. JÁ NOS OCUPAMOS LARGAMENTE NESTA REVISTA DAS ATIVIDADES DÊSTE GRANDE PINTOR EM TERRAS BAIANAS. COM UMA MAGNÍFICA OBRA AQUI REALIZADA, NÃO SABE QUANDO DEIXARÁ SALVADOR. SEUS QUADROS SÃO VENDIDOS A LARGA E COLECIONADORES DO SUL E DO NORTE DESCEM DE BORDO PARA ADQUIRIR AS MARINHAS BAIANAS DE PANCETTI.
TÔDA UMA RENOVAÇÃO SE PROCESSA NA BAHIA. SURGEM OS NOVOS ARTISTAS COM INCOMUM DESEJO DE TRABALHO. INSATISFEITOS, PESQUISANDO E RENOVANDO. GENARO ROMPENDO COM OS CAMINHOS PERCORRIDOS QUE LHE TROUXERAM UMA GLÓRIA LOCAL – O MESMO ACONTECENDO COM MARIA CÉLIA – SEGUIU PARA A EUROPA E ESTUDOU COM LHOTE E LEGER, REGRESSANDO , TROUXE UMA PINTURA RENOVADA E REALIZOU O MAIOR MURAL DO BRASIL, ATÉ HOJE: PINTANDO AS PAREDES DO BAR DO NOVO HOTEL, INSPIRADO NAS FESTAS POPULARES BAIANAS. TRATA – SE DE UM TRABALHO SÉRIO E DE QUALIDADES QUE FORAM FARTAMENTE ELOGIADAS POR UM CRÍTICO DA RESPONSABILIDADE DO SR. JOSÉ VALADARES. ATÉ ONTEM FECHADO A QUALQUER MODALIDADE DA OBRA DE GENARO. O JOVEM ARTISTA MOSTRA TAMBÉM SEUS QUADROS DE CAVALETE E ALGUNS DELES SÃO EXCELENTES. “VERIFIQUEI, EM PARÍS, O QUE É A VERDADEIRA PINTURA. NÃO FIZ A PARÍS DE BISTRÔ, DE CAVAS, DE CASINOS OU DE CABARÉS. TRABALHEI ARDUAMENTE, COMO JAMAIS FIZ, E TIVE UM ORIENTADOR DA MARCA DE LHOTE, UM DOS MAIORES CRÍTICOS E PROFESSÔRES DO MUNDO. NA ARTE, NÃO ME INTERESSAM HOJE OUTROS CAMINHOS, SE NÃO OS DA VERDADE”. DIZ – NOS ÊLE.
NÃO SE PODE AINDA AQUILATAR DA IMPORTÂNCIA DÊSTE MOVIMENTO QUE RENOVA OS MEIOS ARTÍSTICOS BAIANOS E QUAL A SUA CONTRIBUIÇÃO AOS SETORES NACIONAIS, MAS PODE – SE DIZER QUE, NA BAHIA, A ARTE ESTÁ SENDO LEVADA A SÉRIO E NUM AMBIENTE FAVORÁVEL, ATÉ HOJE COMO EM NENHUMA OUTRA PARTE DO BRASIL. DEPENDE EM PARTE DA COMPREENSÃO E DO INTERÊSSE DO ATUAL GOVÊRNO O MAIOR OU MENOR SUCESSO DÊSTE ADIMIRÁVEL MOVIMENTO. O QUE É CERTO É QUE DURANTE A GESTÃO MANGABEIRA, PROCESSOU – SE, SOB A SUA INTELIGENTE E DISCRETA INFLUÊNCIA, UMA VERDADEIRA REVOLUÇÃO NOS SETORES DAS ARTES PLÁSTICAS BAIANAS.
segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012
ProAC
A Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo publicará resolução ampliando até 9 de abril o prazo para inscrição de novos projetos no Programa de Ação Cultural (ProAC-ICMS). Com isso, artistas, produtores e empresas ganham mais um mês para apresentar as suas propostas, já que o prazo inicial se encerrava em 9 de março.
O calendário estabelecido pela Resolução 99/11 está disponível no site da secretaria, www.cultura.sp.gov.br, no link do ProAC.
O ProAC ICMS pode ser pedido para uma grande variedade de projetos culturais, incluindo artes plásticas, visuais, design, música, dentre outros.
O calendário estabelecido pela Resolução 99/11 está disponível no site da secretaria, www.cultura.sp.gov.br, no link do ProAC.
O ProAC ICMS pode ser pedido para uma grande variedade de projetos culturais, incluindo artes plásticas, visuais, design, música, dentre outros.
espaço para ARTES sempre é bem vindo
Estação Estudantes terá galeria
Júlia Guimarães(diario de mogi)
Levar arte, poesia e cultura para as estações do sistema metroferroviário paulista. A proposta é "mágica" e já existe, especialmente nos terminais da Capital. A previsão da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) é de que em Mogi das Cruzes também exista um espaço semelhante. A Estação Estudantes, que será reformada a partir do próximo ano, deverá ganhar uma passagem subterrânea para pedestres, cujo conceito vai muito além de um simples local de passagem para travessia dos trilhos. O corredor, que deverá somar cerca de 300 metros de comprimento, terá ares de uma "galeria de arte". A garantia foi dada na última segunda-feira pelo presidente da CPTM, Mário Bandeira, que esteve na Cidade para uma visita ao gabinete do prefeito Marco Bertaiolli (PSD).
A futura passarela da Estação Estudantes fará a ligação entre o terminal do transporte público municipal, a estação ferroviária e a Rodoviária Geraldo Scavone, permitindo a livre passagem de pedestres de um lado para outro da linha. E é justamente neste corredor que serão realizadas as exposições artísticas. O fato de estar instalada na área não paga da estação pode ser considerado uma das grandes vantagens da futura galeria. Esta será uma iniciativa pioneira da CPTM, que possui ampla programação de eventos culturais, usualmente promovidos no interior dos prédios, ou seja, em locais a que somente usuários têm acesso. Já o projeto mogiano será realizado aos moldes do que ocorre em algumas das estações do Metrô de São Paulo, em que as pessoas podem conhecer as exposições, independentemente de pagar a passagem ou não. A reportagem de O Diário foi até a Capital nesta semana e visitou as linhas Verde e Vermelha do Metrô para conhecer essas "galerias" de perto.
A primeira parada foi na Estação Santa Cecília, na Linha Vermelha, onde o Metrô mantém um projeto permanente com paineis sobre grandes nomes da literatura nacional. Os murais coloridos, afixados ao longo de toda a área coberta do corredor de entrada do terminal, misturam fotografias e poesias de autores como Jorge Amado, Érico Veríssimo, Vinicius de Moraes, Carlos Drumond de Andrade, Clarice Lispector, entre vários outros. Todos os textos são datados e organizados cronologicamente, de forma que os paineis acabam também contando parte da história literária do País. Quando a reportagem de O Diário chegou ao local, encontrou o aposentado Clarindo da Silva parado em frente ao primeiro mural, lendo uma frase de Pero Vaz de Caminha. "É muito bom parar e ver. A gente faz uma volta ao tempo, em uma época que não conhecemos".
Na Linha Verde, o destino foi a Estação Clínicas, em Pinheiros. O terminal possui um amplo corredor de passagem, que é constantemente utilizado para dar espaço a exposições e manifestações culturais, dos mais diversos segmentos. Nesta semana, o local recebia a exposição "Natureza", de Marli Takeda. A partir da colagem de sobras de adesivos, a artista criou seis árvores, com 3,5 metros de altura cada uma, que se estendem por cerca de 20 metros no interior da passarela. Além do aspecto artístico, a intervenção também possui forte apelo conceitual, já que chama a atenção para a reciclagem e reutilização de materiais como forma de preservação ambiental.
A expectativa é de que a Estação Estudantes receba projetos semelhantes. A assessora técnica da CPTM, Maria Salete Zandoná, responsável pelos eventos culturais da estatal, explica que, após a conclusão das obras, o terminal deverá ser incluído num cronograma para eventos e exposições. Ela explica que alguns projetos serão promovidos pela própria Companhia, mas que a maioria deles deverá partir da própria comunidade, de artistas, entidades ou mesmo do Poder Público local. Salete comentou a importância das exposições no interior das estações: "A ideia é levar cultura e entretenimento. É muito bom observar como as pessoas param e ouvem uma música ou observam uma tela, no meio da correria da volta para casa. É uma experiência gratificante".
Júlia Guimarães(diario de mogi)
Levar arte, poesia e cultura para as estações do sistema metroferroviário paulista. A proposta é "mágica" e já existe, especialmente nos terminais da Capital. A previsão da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) é de que em Mogi das Cruzes também exista um espaço semelhante. A Estação Estudantes, que será reformada a partir do próximo ano, deverá ganhar uma passagem subterrânea para pedestres, cujo conceito vai muito além de um simples local de passagem para travessia dos trilhos. O corredor, que deverá somar cerca de 300 metros de comprimento, terá ares de uma "galeria de arte". A garantia foi dada na última segunda-feira pelo presidente da CPTM, Mário Bandeira, que esteve na Cidade para uma visita ao gabinete do prefeito Marco Bertaiolli (PSD).
A futura passarela da Estação Estudantes fará a ligação entre o terminal do transporte público municipal, a estação ferroviária e a Rodoviária Geraldo Scavone, permitindo a livre passagem de pedestres de um lado para outro da linha. E é justamente neste corredor que serão realizadas as exposições artísticas. O fato de estar instalada na área não paga da estação pode ser considerado uma das grandes vantagens da futura galeria. Esta será uma iniciativa pioneira da CPTM, que possui ampla programação de eventos culturais, usualmente promovidos no interior dos prédios, ou seja, em locais a que somente usuários têm acesso. Já o projeto mogiano será realizado aos moldes do que ocorre em algumas das estações do Metrô de São Paulo, em que as pessoas podem conhecer as exposições, independentemente de pagar a passagem ou não. A reportagem de O Diário foi até a Capital nesta semana e visitou as linhas Verde e Vermelha do Metrô para conhecer essas "galerias" de perto.
A primeira parada foi na Estação Santa Cecília, na Linha Vermelha, onde o Metrô mantém um projeto permanente com paineis sobre grandes nomes da literatura nacional. Os murais coloridos, afixados ao longo de toda a área coberta do corredor de entrada do terminal, misturam fotografias e poesias de autores como Jorge Amado, Érico Veríssimo, Vinicius de Moraes, Carlos Drumond de Andrade, Clarice Lispector, entre vários outros. Todos os textos são datados e organizados cronologicamente, de forma que os paineis acabam também contando parte da história literária do País. Quando a reportagem de O Diário chegou ao local, encontrou o aposentado Clarindo da Silva parado em frente ao primeiro mural, lendo uma frase de Pero Vaz de Caminha. "É muito bom parar e ver. A gente faz uma volta ao tempo, em uma época que não conhecemos".
Na Linha Verde, o destino foi a Estação Clínicas, em Pinheiros. O terminal possui um amplo corredor de passagem, que é constantemente utilizado para dar espaço a exposições e manifestações culturais, dos mais diversos segmentos. Nesta semana, o local recebia a exposição "Natureza", de Marli Takeda. A partir da colagem de sobras de adesivos, a artista criou seis árvores, com 3,5 metros de altura cada uma, que se estendem por cerca de 20 metros no interior da passarela. Além do aspecto artístico, a intervenção também possui forte apelo conceitual, já que chama a atenção para a reciclagem e reutilização de materiais como forma de preservação ambiental.
A expectativa é de que a Estação Estudantes receba projetos semelhantes. A assessora técnica da CPTM, Maria Salete Zandoná, responsável pelos eventos culturais da estatal, explica que, após a conclusão das obras, o terminal deverá ser incluído num cronograma para eventos e exposições. Ela explica que alguns projetos serão promovidos pela própria Companhia, mas que a maioria deles deverá partir da própria comunidade, de artistas, entidades ou mesmo do Poder Público local. Salete comentou a importância das exposições no interior das estações: "A ideia é levar cultura e entretenimento. É muito bom observar como as pessoas param e ouvem uma música ou observam uma tela, no meio da correria da volta para casa. É uma experiência gratificante".
sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012
JULIO SEIDENTHAL ,AUTOR DO MENINO NUVEM GANHA TROFÉUS
Todo final do ano a secretária de cultura de Mogi das Cruzes homenageia os artistas que mais se destacaram nas suas áreas de atuação, e este ano pelo Mapa Cultural Paulista eu recebi dois troféus, um pela crônica: " A missa da velha consciência " e outro pela poesia: " Luzes são as Cruzes de Boygi " assim, deu-se o reconhecimento, com o suor do trabalho, de mais de 20 anos de teatro, e agora caminhando pela literatura, firmo o meu compromisso com o pensamento, pela dramaturgia que contém todo o significado da palavra, ao revés do movimento, crítico, necessário ao homem mais atento, que não morre distraído, surge ao vento, manifesto, do claro e do escuro gesto, esculpi o invisível que é o pensamento antes da palavra. muito antes de eu virar a página.
quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012
ATENDENDO A PEDIDOS - REVISTA O CRUZEIRO - IMAGEM ILUSTRATIVA DO ROMANCE A MURALHA - 02-01-1954
A OBRA DE PINTOR RAFAEL - 21- 02- 1953
ARQUIVO DIGITAL - REVISTA O CRUZEIRO - 21-02-1953
Pintôr Rafael
Pesquisar é descobrir um mundo novo, as vezes desconhecido, foi a conclusão que cheguei ao encontrar um artista, classificado como primitivo, que deu uma entrevista para a revista “O Cruzeiro,” entrevista que foi publicada em 21 de fevereiro de 1953, Temos poucas informações sobre ele, uma delas é o nome do artista: Pintôr Rafael, esse era seu nome artístico.
Por ser muito difícil conseguir essa matéria eu vou colocar na integra logo a seguir:
O título da matéria é “O mundo mágico de Rafael” e como destaque falava que ele expõe no Museu de Arte Moderna de São Paulo (com grade sucesso) as figuras da mitologia ioruba. O maior pintor primitivo em terras do Brasil. Pinta somente aos sábados e domingos e, às vezes, à noite. Tendo como base o texto de Odorico Tavares e fotos de José Medeiros.
Há dois anos passados, revelamos em reportagem nesta revista um novo pintor primitivo brasileiro: Rafael, pai de santo na Bahia, carpinteiro, marinheiro, agente da polícia, senhor absoluto de seu terreiro, no Alto do Pinô, nas proximidades da praia de Ondina, na capital Bahiana. Sem jamais se preocupar de ser realmente um pintor, ia realizando os seus quadros, todos eles mostrando figuras da mitologia ioruba, divindades do flos cantorum africano. Eram todos eles para decorar seu terreiro. Oxosse na caça, Iemanjá dominando suas águas, Exu nas suas diabruras pelas encruzilhadas, ou o candomblé em função, eram as telas que Rafael trabalhava para enfeitar a sua casa.
O repórter, em sua primeira visita, ficou deslumbrado: estava em frente de um pintor autêntico, um pintor sem erudição é certo, mas cheio de uma graça, uma frescura, uma originalidade não somente na poesia que dele emanava, mas sobre tudo no seu sentido forte de composição, nas suas cores, nos valores plásticos que criou inconscientemente representavam.
Não iria decepcionar Rafael. A repercussão que suas telas viriam a ter não alterava o homem simples e bem educado que é. Continuou suas funções: não deixou seu lugar na polícia, não deixou de bater seu candomblé, o seu “Terreiro” continua aberto, não pôs de lado seus instrumentos de carpintaria. E continuou pintando: aos sábados, aos domingos e quando o cansaço da jornada permite, também à noite. Uma exposição que fez na galeria Oxumaré, foi um sucesso: vendeu todos os quadros, não somente para colecionadores locais, mas sobretudo para turistas ou viajantes. Turistas ou viajantes estrangeiros, encantados com a beleza e o exotismo de sua pintura.Dois anos que se passaram, pois, deram a Rafael um lugar privilegiado na pintura brasileira. Hoje, ele é incontestavelmente o maior pintor primitivo que possuímos, pois sua pintura sempre se renova, sempre se enriquece, graças a disciplina, e ao talento que possui. Seus últimos quadros e em número superior a cinquenta,foram exposto no Museu de Arte Moderna de São Paulo e os sulistas tiveram oportunidade de conhecer melhor sua obra.Viram que não é só apenas o primitivismo, que existe em suas telas, o que interessa: a coisa pitoresca, a pintura de um pai de santo da Bahia, coisa acidental ou transitória, existe uma força, um sopro forte de poesia, que emana sobretudo do domínio de sua arte. Existe no seu colorido, como de poucos pintores nacionais, eruditos ou não. As suas florestas não são apenas verdes, ou tons variados de verdes. O mundo vegetal que ele sente e que nos transmite é uma festa de cores, e cores soberbamente trabalhadas! A sua floresta é um mundo que recebeu a visita transmutadora do arcoiris. As suas estradas, suas arvores, seus animais, seus rios são composições de uma largueza, de uma segurança, de um grande domínio, que nenhum outro pintor primitivo brasileiro conheceu. O mundo mágico que vive com o Pintôr Rafael, o mundo mágico de seus Santos Africanos, o mundo de seu terreiro, este mesmo mundo está todo na obra plástica do pintor, como uma as obras mais belas e mais autenticas, que a pintura brasileira já conheceu.
Há quem muito desdenhe ao nos ver falando assim. Há os que somente admite a pintura aprendida nos “ateliers,” com os mestres, com as influências, pois pintura não é coisa que se improvise e que nasça do céu, como um passe de mágica. Há os que sabem os poucos minutos que duram os pintores primitivos, nascendo e desaparecendo de um dia para outro. Os pintores engraçados apenas, de quem se compra uma ou outra tela, por snobismo, mas que nunca se colocaria numa sala elegante. Estamos certos que a pintura de Rafael sobreviverá a esses dias de primeira impressão do gracioso e do diferente. Analisando seus quadros de dois anos passados e os de hoje: há uma ascensão e uma ascensão dentro do critério de pintura o mais rígido. O pintor se enriquece extraordinariamente, sem que deixe de ser, nem por um minuto, o Pintôr Rafael, que o Museu de Arte Moderna de São Paulo expôs ainda no mês passado. Elas exprimem o que a terra nacional tem de mais puro e autêntico. Nos pincéis do prêto Rafael, que se comunica com os seus deuses, os deuses africanos de seus antepassados, através de seu “Terreiro” e de sua arte, há o frescor da terra, a graça do povo negro da Bahia, a beleza da gente, das arvores e dos bichos, vistos através de um autêntico e puro artista que saiu deste povo para expressar este mesmo povo de uma maneira ingênua sempre, mas poderosamente autêntica, embora um tanto fantástica. O que é mais uma maneira de afirmar como autêntico e como pintor.
Ao ver as obras de Rafael, salta os olhos de qualquer pessoa, e sem dúvida é um pintor Naïf, as fotos são coloridas, as matas, o gramado, as águas, as ricas vestimentas dos personagens, que são pequenas figuras, em meio a grandes espaços, onde se desenrola os acontecimentos. Eu em particular não conhecia o artista até esse momento.
ARQUIVO DIGITAL DAREVISTA O CRUZEIRO - 1962
imagem de Djanira pintando em sua casa no Rio de Janeiro - 1962
Djanira (1914 a 1979)
A artista plástica Djanira é sem duvida a que mais teve sucesso no panorama nacional, na pesquisa foi a artista que eu mais encontrei material biográfico, com muitas fotos das obras e da própria artista, aí velho a dificuldade de escolher um material inédito, foi aí que encontrei uma entrevista feita nos anos de 1960, e que colocarei no livro logo a seguir.
Em 26 de Setembro de 2011, quando limpava e catalogava algumas revistas antigas encontrei uma entrevista que a artista plástica Djanira deu para a revista O cruzeiro e publicada em 21 de julho de 1962, tive que redigir novamente e deixar a entrevista mais contemporânea, com base no texto de Quirino Campofiorito e fotos de Antônio Rudge e Jean Solari, são fotos raras e inéditas da artista em seu ateliê no bairro de Santa Teresa na cidade do Rio de Janeiro onde viveu por muitos anos e que traz uma informação que eu até então não sabia, uma foto de Djanira em seu refúgio, uma casinha na cidade de Parati, no litoral Fluminense. As fotos mostram a artista em sua casa a acariciar um cachorro deitado ao chão, pois a artista gostava muito de animais, revela um retrato intimo da artista, deitada em uma rede, cercada de imagens sacras, de suas obras de arte, de livros esculturas, numa casa confortável, um ateliê, classificado pelo repórter, como Ateliê Erudito. São oito páginas de entrevista com a artista, com bastante fotos.
O título da matéria é “NO MUNDO MARAVILHOSO DE DJANIRA.”
Em 26 de Setembro de 2011, quando limpava e catalogava algumas revistas antigas encontrei uma entrevista que a artista plástica Djanira deu para a revista O cruzeiro e publicada em 21 de julho de 1962, tive que redigir novamente e deixar a entrevista mais contemporânea, com base no texto de Quirino Campofiorito e fotos de Antônio Rudge e Jean Solari, são fotos raras e inéditas da artista em seu ateliê no bairro de Santa Teresa na cidade do Rio de Janeiro onde viveu por muitos anos e que traz uma informação que eu até então não sabia, uma foto de Djanira em seu refúgio, uma casinha na cidade de Parati, no litoral Fluminense. As fotos mostram a artista em sua casa a acariciar um cachorro deitado ao chão, pois a artista gostava muito de animais, revela um retrato intimo da artista, deitada em uma rede, cercada de imagens sacras, de suas obras de arte, de livros esculturas, numa casa confortável, um ateliê, classificado pelo repórter, como Ateliê Erudito. São oito páginas de entrevista com a artista, com bastante fotos.
O título da matéria é “NO MUNDO MARAVILHOSO DE DJANIRA.”
“PROCURO VALERME DOS VALORES ETERNOS, OS MAIS POSITIVOS QUE O SER HUMANO TRAZ COM SIGO, A ALEGRIA, O PRURO PRAZER DE VER E APRECIAR O QUE A ENERGIA E A INTELIGÊNCIA PODEM CRIAR PARA O BENEFÍCIO GERAL. JAMAIS PODEREI ENCONTRAR BELEZA NA CARICATURA DO ÓDIO OU NUM FALSO AMOR.” Quem poderia falar assim, senão Djanira, uma criatura dotada de ternura sem limite para todas as coisas do mundo, que seriam todas boas se lhes assistisse sempre aquela mesma ternura? Quem poderia pensar assim, desejar assim, conceber um mundo assim, propor uma existência assim, e assim tornasse, ela própria, exemplo humano?
Aquelas palavras de Djanira, nós ouvimos e todo o mundo pode ouvir se escutar o que lhe diz a pintora, seja pelo idioma, de sua arte, que fica, misteriosamente gravada em suas telas ou em seus desenhos; seja pelo seu falar singelo, desprevenido, impulsivo até de tão singelo e desprevenido, voz cadenciada, como se deixasse passar pala trama mais fina da sensibilidade, as palavras vagarosamente; é o seu jeito, palavra por palavra, palavras que trazem, como as suas pinturas e os seus desenhos, as cores ternas e harmoniosas, as formas despojadas de detalhes supérfluos, as linhas vibrando ao registro de emoções incontidas e fluentes. Fazer uma visita ao ateliê de Djanira é como empreender uma aventura até um mundo maravilhoso. Não há, em realidade, limitações para a satisfação do espírito naquele ambiente para que seja apenas um recanto e deixe de ser um mundo mesmo. Há ali a amplitude real de um mundo de humanidade e de beleza, que se condensa naquele espaço e se desdobra em cada minuto que ali permanecemos, em espaços maiores, cada vez maiores, até que nossas satisfações, de encantamento em encantamento, vão sendo infinitamente correspondidas em cada tela, e são muitas telas e muitos espaços do mundo nelas contidos; em cada desenho que a artista destaca de uma pasta repleta de registros instantâneos, que são igualmente numerosos pedaços deste mundo grande que Djanira vive, com ele se move, um mundo de ternura permanente, em que as criaturas humanas e as coisas constituem finalidade à existência, desdobram em tempos e espaços permanentes, eternos, a vida que convida à vida. Sobre a pintura a matéria falava que giravam em torno de temas Humanos, Cenas populares e folclore são os motivos que Djanira procura em constantes peregrinações pelo Brasil.
Aquelas palavras de Djanira, nós ouvimos e todo o mundo pode ouvir se escutar o que lhe diz a pintora, seja pelo idioma, de sua arte, que fica, misteriosamente gravada em suas telas ou em seus desenhos; seja pelo seu falar singelo, desprevenido, impulsivo até de tão singelo e desprevenido, voz cadenciada, como se deixasse passar pala trama mais fina da sensibilidade, as palavras vagarosamente; é o seu jeito, palavra por palavra, palavras que trazem, como as suas pinturas e os seus desenhos, as cores ternas e harmoniosas, as formas despojadas de detalhes supérfluos, as linhas vibrando ao registro de emoções incontidas e fluentes. Fazer uma visita ao ateliê de Djanira é como empreender uma aventura até um mundo maravilhoso. Não há, em realidade, limitações para a satisfação do espírito naquele ambiente para que seja apenas um recanto e deixe de ser um mundo mesmo. Há ali a amplitude real de um mundo de humanidade e de beleza, que se condensa naquele espaço e se desdobra em cada minuto que ali permanecemos, em espaços maiores, cada vez maiores, até que nossas satisfações, de encantamento em encantamento, vão sendo infinitamente correspondidas em cada tela, e são muitas telas e muitos espaços do mundo nelas contidos; em cada desenho que a artista destaca de uma pasta repleta de registros instantâneos, que são igualmente numerosos pedaços deste mundo grande que Djanira vive, com ele se move, um mundo de ternura permanente, em que as criaturas humanas e as coisas constituem finalidade à existência, desdobram em tempos e espaços permanentes, eternos, a vida que convida à vida. Sobre a pintura a matéria falava que giravam em torno de temas Humanos, Cenas populares e folclore são os motivos que Djanira procura em constantes peregrinações pelo Brasil.
O mundo Maravilhoso de Djanira tem Dois pólos de atração: O ateliê erudito de Santa Teresa e a simplicidade rústica das velhas ruas coloniais de Parati.A Residência de Djanira é lá nos altos de Santa Teresa. Ali mesmo está o seu ateliê. Para chegar lá não basta o bondezinho elétrico que parece subir a montanha cabriteando e pinoteando sobre cada emenda de trilho a trilho. É necessário usar também uma condução funicular, que dá acesso final a um inacreditável pitoresco lugarejo.
Não será sem alguma razão que a artista plástica foi morar na montanha, e relembremos que Djanira começou para a arte quando morava em Santa Teresa, ou seja, foi reconhecida como a grande artista plástica que é. A montanha tem lá seus mistérios. É de uma remota lenda chinesa que a montanha possui uma vida interior importante para as seduções humanas. A lenda lhe destina evocações particularíssimas. A montanha será a própria personificação da humanidade, numa concepção cósmica e mística. A montanha é uma coisa viva em cujas veias corre a água que é o seu sangue, e que se transforma em nuvem, por transpiração. Foi sempre diante da natureza, que o pintor chinês, como aliás todos os orientais, se apegavam a julgamentos que envolvem o sentido poético e humano em suas obras. A criação artística não devia ser um modesto registro da sensibilidade individual, condensação apenas preocupações pessoais, ao contrário, havia de possuir uma condição universal dos sentimentos humanos. Tudo isso veio nos a lembrança enquanto éramos levados e elevados ao mundo de Djanira, no alto da montanha pitoresca que é Santa Teresa, montanha de mil casas que parecem apenas encostadas nas pedras e sustentadas pela vegetação.
Peças de mobiliário colonial, santos barrocos fazem moldura permanente que se movimenta Djanira, com sua vida de artista e de dona de casa, essa mulher de cabelos pretos e corridos, herança de suas raízes indígenas, como disse um jornalista, “essa mulher de ar espantado e coração puro”, Agora nas palavras de Jorge Amado. Os quadros que vemos são muitos. Todos para sua exposição em Madri e em seguida em outras capitais na Europa, que Alfredo Bonino promoverá.
A Obra de Djanira é uma janela aberta para o Brasil traduzindo com profundidade emocional em obras de arte, toda a identidade cultural do povo brasileiro.
O lado complicado dos pensamentos artísticos tão de gosto da critica de hoje em dia, e não menos preferidos pelos filósofos da estética, não pode figurar ao lado da obra de Djanira. Diante de suas telas serão impossíveis conjunturas esteticistas que lhe perturbem a espontaneidade de concepção e realização. Sua pintura não oferece oportunidade para isso. A sua aberta autenticidade e a exatidão de simplicidade e clareza de inspiração, sugerem idéias igualmente simples e claras na sua apreciação. Sim, porque Djanira não quer saber de “ismos”, mas apenas pintura, como a maioria dos artistas naïfs. A artista disse sertã vez que: “Tema e Forma são elementos indissolúveis e se equivalem em importância”. Ai esta uma definição que dada pela própria pintora à sua obra, que por isso só é o roteiro de quanto se queria indicar de permanente e apreciável em sua criação. Toda a divergência critica diante desta proposição tão dogmática de Djanira para as condições essenciais de sua obra, afasta o critico da presença de suas telas. “Os temas humanos, o folclore, as cenas populares, são aqueles que me seduzem”, o amor aos seres e as coisas, o caminho do sacrifício, do amor é beleza e fé constante na humanidade.
Djanira, com suas palavras singelas, mas sempre expressando um fundamento humano de sôfrega solidariedade, terá levado o critico Carlos Flexa Ribeiro a escrever que nossa pintora, “numa época de tantas e tão rutilantes tenções estéticas tem sabido se manter insubordinávelmente fiel a si mesma”. Djanira teve sempre teve o mundo como modelo e o tempo como mestre, desde seus primeiros instantes de pintora, quando logo se pode se desvencilhar das mãos que lhe apoiaram os passos incipientes na arte que viria a dominar como uma personalidade que sempre mais se afirma e se confirma. Errado será dizer: para ficar bem com a moda, a moda de certas expressões, que não existe nada de anedótico, episódico ou acidental nas composições de Djanira. Será desconhecer a medida da força criadora da pintora que se firma muito sobre aqueles fatores, para constituir e personalizar a significação plástica e as comunicações estéticas que se confirmam e se condensam não apenas para efeito de interpretação dos temas, mas para a permanência de rigorosa criação artística.
A pintura de Djanira é sobremodo comunicativa, agradável, atraente e repele qualquer hermetismo que pudesse lhe roubar a comunicação decidida e integral. Curioso verificar que em sua obra não encontramos atitudes propositadamente antiacadêmica e muito menos acadêmicas. Antiacadêmicas não, porque isso significa seguir o caminho de um outro academismo; acadêmicas menos ainda, porque Djanira, não olha apenas modelos, mas sente e sofre dramas humanos. Contra as duas atitudes formalistas, ela permanece voltada para si mesma, procurando ver o mundo pela sinceridade dos sentimentos que espelham a vida, e não se perdem fora do mundo. Sua técnica prescinde dos recursos exorbitantes de modelado em claro e escuro que se destinam a imitar o relevo, porém falseiam os valores essenciais pictóricos que prescidem de uma pseudoprofundidade de espaço sobre o plano.
Os detalhes, mesmo os mais anedóticos, se traduzem plasticamente por uma verídica e direta, que não pensa em mistificar realidades táteis, mas sim sugerir sensações ópticas que, através de recursos rigorosamente significativos pictoricamente, vão dramatizar melhor a realidade emotiva. Não procura também Djanira se valer de uma enfática retórica modernista, em que problemas de técnica deverão se desincumbir da expressão integral do quadro, por afetação dos recursos da matéria pictórica e da improvisação pelo emprego exorbitante de materiais estranhos às conclusões que normalmente cabem no objetivo as pintura.
Seu interesse pela vida popular, por tudo que marca a existência na sua simplicidade de origem a têm levado a conhecer o Brasil até os recantos mais longínquos, variados e originais. Chegou mesmo a demorados contatos com indígenas de tribos que habitam regiões inóspitas. As primeiras andanças de Djanira no interior do país foram em São Paulo, Paraná, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Depois Bahia e Maranhão, e, por fim os silvícolas de Goiás e Mato Grosso. Sua obra vem se fazendo cada vez mais o retrato do Brasil, de sua gente, de seus costumes mais autênticos. Em Parati, a velha e esquecida cidade colonial do litoral Fluminense, Djanira tem expandido a sua ternura pelas belas reminiscências que ali ainda se conservam não se sabe como.
A paisagem, os motivos urbanos das antigas vilas, as personagens que parecem viver um mundo que deixou de existir, os rituais afro brasileiros e indígenas, o camponês e o trabalhador das cidades, vão sendo, pela nossa brava pintora, traduzidos com profundidade emocional para obras de arte que já identificam um trabalho original na sua cultura brasileira. A Obra de Djanira é uma janela aberta para o Brasil e um largo gesto de ternura par tudo quanto viram os olhos da pintora e por tudo quanto palpitou o seu coração imensamente generoso e simples.
Não será sem alguma razão que a artista plástica foi morar na montanha, e relembremos que Djanira começou para a arte quando morava em Santa Teresa, ou seja, foi reconhecida como a grande artista plástica que é. A montanha tem lá seus mistérios. É de uma remota lenda chinesa que a montanha possui uma vida interior importante para as seduções humanas. A lenda lhe destina evocações particularíssimas. A montanha será a própria personificação da humanidade, numa concepção cósmica e mística. A montanha é uma coisa viva em cujas veias corre a água que é o seu sangue, e que se transforma em nuvem, por transpiração. Foi sempre diante da natureza, que o pintor chinês, como aliás todos os orientais, se apegavam a julgamentos que envolvem o sentido poético e humano em suas obras. A criação artística não devia ser um modesto registro da sensibilidade individual, condensação apenas preocupações pessoais, ao contrário, havia de possuir uma condição universal dos sentimentos humanos. Tudo isso veio nos a lembrança enquanto éramos levados e elevados ao mundo de Djanira, no alto da montanha pitoresca que é Santa Teresa, montanha de mil casas que parecem apenas encostadas nas pedras e sustentadas pela vegetação.
Peças de mobiliário colonial, santos barrocos fazem moldura permanente que se movimenta Djanira, com sua vida de artista e de dona de casa, essa mulher de cabelos pretos e corridos, herança de suas raízes indígenas, como disse um jornalista, “essa mulher de ar espantado e coração puro”, Agora nas palavras de Jorge Amado. Os quadros que vemos são muitos. Todos para sua exposição em Madri e em seguida em outras capitais na Europa, que Alfredo Bonino promoverá.
A Obra de Djanira é uma janela aberta para o Brasil traduzindo com profundidade emocional em obras de arte, toda a identidade cultural do povo brasileiro.
O lado complicado dos pensamentos artísticos tão de gosto da critica de hoje em dia, e não menos preferidos pelos filósofos da estética, não pode figurar ao lado da obra de Djanira. Diante de suas telas serão impossíveis conjunturas esteticistas que lhe perturbem a espontaneidade de concepção e realização. Sua pintura não oferece oportunidade para isso. A sua aberta autenticidade e a exatidão de simplicidade e clareza de inspiração, sugerem idéias igualmente simples e claras na sua apreciação. Sim, porque Djanira não quer saber de “ismos”, mas apenas pintura, como a maioria dos artistas naïfs. A artista disse sertã vez que: “Tema e Forma são elementos indissolúveis e se equivalem em importância”. Ai esta uma definição que dada pela própria pintora à sua obra, que por isso só é o roteiro de quanto se queria indicar de permanente e apreciável em sua criação. Toda a divergência critica diante desta proposição tão dogmática de Djanira para as condições essenciais de sua obra, afasta o critico da presença de suas telas. “Os temas humanos, o folclore, as cenas populares, são aqueles que me seduzem”, o amor aos seres e as coisas, o caminho do sacrifício, do amor é beleza e fé constante na humanidade.
Djanira, com suas palavras singelas, mas sempre expressando um fundamento humano de sôfrega solidariedade, terá levado o critico Carlos Flexa Ribeiro a escrever que nossa pintora, “numa época de tantas e tão rutilantes tenções estéticas tem sabido se manter insubordinávelmente fiel a si mesma”. Djanira teve sempre teve o mundo como modelo e o tempo como mestre, desde seus primeiros instantes de pintora, quando logo se pode se desvencilhar das mãos que lhe apoiaram os passos incipientes na arte que viria a dominar como uma personalidade que sempre mais se afirma e se confirma. Errado será dizer: para ficar bem com a moda, a moda de certas expressões, que não existe nada de anedótico, episódico ou acidental nas composições de Djanira. Será desconhecer a medida da força criadora da pintora que se firma muito sobre aqueles fatores, para constituir e personalizar a significação plástica e as comunicações estéticas que se confirmam e se condensam não apenas para efeito de interpretação dos temas, mas para a permanência de rigorosa criação artística.
A pintura de Djanira é sobremodo comunicativa, agradável, atraente e repele qualquer hermetismo que pudesse lhe roubar a comunicação decidida e integral. Curioso verificar que em sua obra não encontramos atitudes propositadamente antiacadêmica e muito menos acadêmicas. Antiacadêmicas não, porque isso significa seguir o caminho de um outro academismo; acadêmicas menos ainda, porque Djanira, não olha apenas modelos, mas sente e sofre dramas humanos. Contra as duas atitudes formalistas, ela permanece voltada para si mesma, procurando ver o mundo pela sinceridade dos sentimentos que espelham a vida, e não se perdem fora do mundo. Sua técnica prescinde dos recursos exorbitantes de modelado em claro e escuro que se destinam a imitar o relevo, porém falseiam os valores essenciais pictóricos que prescidem de uma pseudoprofundidade de espaço sobre o plano.
Os detalhes, mesmo os mais anedóticos, se traduzem plasticamente por uma verídica e direta, que não pensa em mistificar realidades táteis, mas sim sugerir sensações ópticas que, através de recursos rigorosamente significativos pictoricamente, vão dramatizar melhor a realidade emotiva. Não procura também Djanira se valer de uma enfática retórica modernista, em que problemas de técnica deverão se desincumbir da expressão integral do quadro, por afetação dos recursos da matéria pictórica e da improvisação pelo emprego exorbitante de materiais estranhos às conclusões que normalmente cabem no objetivo as pintura.
Seu interesse pela vida popular, por tudo que marca a existência na sua simplicidade de origem a têm levado a conhecer o Brasil até os recantos mais longínquos, variados e originais. Chegou mesmo a demorados contatos com indígenas de tribos que habitam regiões inóspitas. As primeiras andanças de Djanira no interior do país foram em São Paulo, Paraná, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Depois Bahia e Maranhão, e, por fim os silvícolas de Goiás e Mato Grosso. Sua obra vem se fazendo cada vez mais o retrato do Brasil, de sua gente, de seus costumes mais autênticos. Em Parati, a velha e esquecida cidade colonial do litoral Fluminense, Djanira tem expandido a sua ternura pelas belas reminiscências que ali ainda se conservam não se sabe como.
A paisagem, os motivos urbanos das antigas vilas, as personagens que parecem viver um mundo que deixou de existir, os rituais afro brasileiros e indígenas, o camponês e o trabalhador das cidades, vão sendo, pela nossa brava pintora, traduzidos com profundidade emocional para obras de arte que já identificam um trabalho original na sua cultura brasileira. A Obra de Djanira é uma janela aberta para o Brasil e um largo gesto de ternura par tudo quanto viram os olhos da pintora e por tudo quanto palpitou o seu coração imensamente generoso e simples.
O Cruzeiro, 21-7-1962
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